COMUNICAÇÃO
I ENC JÚRI – Sistema Judiciário é condenado em Júri simulado
O Sistema Judiciário foi julgado em um Júri simulado no último dia do I Encontro Nacional dos Defensores Públicos. Em questão estava a morosidade, o tratamento diferente dado aos acusados, a corrupção e tratamento desigual às instituições atreladas à administração da própria Justiça. O réu foi condenado pela maioria dos jurados.
Por 6 x 1 o Sistema Judiciário foi considerado excessivamente moroso na condução dos processos, mormente naqueles relativos a causa dos presos. Neste item foi condenado por 5 x 2. De forma unânime os jurados consideraram que o Sistema de Justiça trata seletivamente os seus acusados, distribuindo diferente justiça para réus economicamente abastados e para réus economicamente desfavorecidos; Seis deles votaram por sua condenação neste item.
Questionados se o Sistema de Justiça é corrupto no exercício de suas atribuições, o jurado virtual considerou que sim (6 x 1) e o condenou por tal ( 5 x 2). Unanimemente os jurados entenderam que o réu trata desigualmente as instituições atreladas à administração da própria Justiça. Seis deles o consideraram culpado.
Representando o Ministério Público na simulação, o defensor público Raul Palmeira, com experiência de 19 anos de Júri, foi firme em suas acusações. Na defesa, a defensora pública do Ceará, Gina Kelyr Pontes Moura. E como juiz o defensor público de São Paulo, Ivan Silveira Laino. Os jurados, sorteados entre os presentes, foram: Tereza Melo (defensora pública-geral de pernambuco), Emília Correa (defensora pública de Sergipe), Clodoaldo Batista ( defensor de Pernambuco), Nádia de Souza Campos ( defensora de Minas Gerais), Elídia Leda Barros ( defensora de Tocantins), Jamal Choke ( defensor de São Paulo) e Tuanny Filgueira ( defensora de Pernambuco).
Novos caminhos - A simulação, teatro para demonstrar como é realizado um Júri, foi uma brincadeira divertida, ao mesmo tempo que séria. O réu - Sistema Judiciário - se fazia presente na sala através de uma imagem projetada de uma pessoa, de costas, algemada, como acontecia com os réus. Para a defensora Gina Kelyr, que atuou como defensora pública mesmo, lembrou que todas as instituições jurídicas fazem parte do sistema; todos são, portanto, culpados das suas imperfeições. Jamal Choke, único jurado a absolver em todas as questões o réu, destacou que os problemas são gerados por questões culturais - difíceis, portanto, mas não impossíveis, de serem corrigidas.
"Sofri ao condenar o réu, porque minha vocação é defendê-los", confessou Tereza Melo, defensora geral de Pernambuco. Emília Corrêa, ao justificar seu voto como jurada virtual, disse ter condenado o Sistema Judiciário em favor de todos aqueles que esperam Justiça. Gina Kelyr citou Chico Xavier para lembrar a todos que é possível fazer algo: "Não podemos fazer um novo começo, mas sempre teremos a chance de fazer um novo final.