Dona Maria de Lourdes Sales, 78 anos, sofre de leucemia há cerca de um ano. "O baço dela estava crescendo sem parar. Fizemos vários exames até que uma médica no Hospital das Clínicas descobriu o câncer", conta Maria da Conceição Sales, uma dos 11 filhos que não tem condições para arcar com os custos do tratamento da mãe, o qual a Secretaria de Saúde se recusou a oferecer. Na segunda-feira (01), a Defensoria, após entrar, na sexta-feira (29), com uma ação contra o Estado, conseguiu a liminar para garantir à idosa a sua medicação.

De acordo com o relatório médico, além da quimioterapia, a médica prescreveu um remédio, o "ritumixab", que custa em média R$ 9.000 a unidade. "Só para a compra dessas ampolas, seriam necessários em torno de R$26 mil", afirma o defensor público Marcio Marcílio, responsável pelo caso. "Ela é portadora de uma série de patologias graves. A Secretaria de Saúde não quis arcar com custos de uma medicação que consta na lista oferecida pelo SUS (Sistema Único de Saúde)", delata o defensor. Ainda segundo o documento médico, a medicação deve ser tomada de forma ininterrupta, juntamente com os demais remédios prescritos. O não cumprimento dos ciclos pode desencadear conseqüências negativas na leucemia da paciente, como consta no relatório médico.

Mas a preocupação da família com as despesas médicas teve fim após a interferência da Defensoria, através da comarca de Santo Antônio de Jesus. "Se não fosse o trabalho da Defensoria, dificilmente conseguiriamos", comemora a filha de dona Maria, que já poderá ter acesso à medicação necessária para a continuação do tratamento.

Para garantir os direitos do idoso, previstos na Constituição Federal e no Estatuto do Idoso, a Defensoria tem o Núcleo de Proteção à Pessoa Idosa, que, além de prestar assessoria jurídica em casos na área de Saúde como o de dona Maria, atende também outras demandas relacionadas aos direitos desse públic. Mais informações disque 129.