COMUNICAÇÃO

II Mostra Científica da DPE/BA tem intervenções culturais, conferência e resultados de projetos

21/11/2019 16:52 | Por Leilane Teixeira - estagiária, sob supervisão de Arthur Franco

Evento iniciou na quarta, 20, e segue até o final desta quinta-feira, 21, na Esdep

A II Mostra Científica do Grupo de Estudos e Pesquisa Pop Rua: Situação de Rua, Cidadania e Diretos Humanos, promovida pela Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA, por meio da Especializada de Direitos Humanos, nesta quarta-feira, 20, foi momento de muito aprendizado.

Para a defensora pública que coordena o Núcleo Pop Rua, Fabiana Miranda, “a ideia é justamente compartilhar estratégias e experiências para reduzir a violação de direitos que acomete essa parcela da população e repará-los”.

A Defensoria vem trabalhando intensivamente com pessoas que vivem nas ruas nos últimos anos. Em 2017, por exemplo, um levantamento coordenado pela DPE/BA, em parceria com o projeto AXÉ, revelou que cerca de 16 mil pessoas estão nessas condições na cidade de Salvador.

Programação

No período da manhã, o público contou com az conferência “A situação de Rua no Brasil e a Conjuntura Política Atual”, ministrada pela doutora em Políticas Sociais Maria Lucia Lopes, que discutiu o que são políticas sociais e qual motivo de sua precariedade. Para ela, esse é um dos principais pontos que influenciam diretamente a vida de pessoas que vivem na rua.

Maria Lucia, que também é pós-doutora em Planejamento e Gestão de Política Social e Serviços Sociais, explicou ainda que é necessário saber a raiz do problema para que ações efetivas possam ser tomadas. “Vivemos uma crise estrutural ocasionada pela conjuntura política atual”, comentou. Para ela, com as inúmeras privatizações, os serviços fundamentais, por exemplo, viraram mercadorias, o que dificulta pessoas com menos renda terem acesso.

“Sabemos que medidas estão sendo tomadas, mas ainda não são suficientes. Agradeço a Defensoria pela oportunidade e friso que precisamos unir forças, e, para isso, o debate crítico é fundamental”, concluiu Maria Lucia.

A programação contou também com intervenções culturais do grupo – Nsabas, jovens que utilizam a poesia e a música como forma de reivindicação social, e se estendeu até ao final de quarta-feira, com painéis dos resultados dos projetos Advocacy Pop Rua e Multiplicadores Direitos Humanos Pop Rua.

“Trabalhamos há dez anos com pessoas em situação de rua, é um trabalho contínuo em que os desafios são renovados. Deixamos aberto esses dois dias de evento como um espaço para reafirmar o compromisso da Defensoria com os mais vulneráveis”, afirmou a coordenadora da Especializada de Direitos Humanos Eva Rodrigues.