M.M.S. tem 52 anos, um filho que mora em outro estado, uma filha com transtorno de humor, dois netos que vivem sob seus cuidados e pais idosos, a quem presta auxílio também. J.M., sua filha, vive todos os dias as dificuldades de ser mãe solteira. Teve sua primeira crise quando estava grávida da primeira filha. Também ficou em estado grave durante a segunda gravidez. Confessou que temia pela saúde do filho, em razão da medicação de uso controlado e, principalmente, em virtude da gravidade de seu quadro psíquico. M.S e J.M. são assistidas da Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA em Ilhéus, no sul do Estado. Elas deram voz e vez às comemorações pelo Dia das Mães, celebrado na unidade na última sexta-feira, dia 9. Durante a comemoração da data, defensores, servidores e estagiários da DPE se emocionaram com o relato da história das duas mulheres. Mulheres mães, que lidam diariamente com as dificuldades e alegrias da maternidade.

Por estar trabalhando, a relato de M.M.S. foi gravado em um vídeo e mostrado aos presentes. Nele, ela fala dos desafios em ter uma filha com transtorno de humor, e mostra como é possível ser mãe dos pais, dos filhos e dos netos. Presencialmente, a filha também emocionou a todos ao revelar sobre a felicidade de ser mãe e contar com a parceria de sua mãe, mas também da sua exaustiva rotina de cuidados com os filhos e as dificuldades de lidar com as mudanças físicas e psicológicas do período pós-parto.

De acordo com a psicóloga da regional, Marisa Batista, a situação das duas mulheres foi acompanhada pela Defensoria em diversas situações. "Fizemos a conciliação de alimentos gravídicos, guarda e alimentos do bebê; ajuizamento da ação para recebimento da medicação psiquiátrica adequada para a gestação e posteriormente fizemos o ajuizamento para garantir o alimento do bebê, uma vez que a mãe faz uso de medicação que impossibilita a amamentação e não tem condições financeiras de arcar com as custas do leite artificial", pontuou. Todo o atendimento foi mediado pela psicóloga e pela assistente social da unidade, Fabiana Valéria, inclusive a mediação com a Rede de Atendimento Psicossocial, atendimento domiciliar, acompanhamento da paciente em crise, dificuldades na aceitação da medicação e muitos conflitos de relacionamento com a mãe, a família, os vizinhos e a equipe de saúde. Marisa Batista e Fabiana Valéria integram o Núcleo de Apoio Psicossocial da 3ª regional – NAP.

"Boa parte das pessoas que procuram a Defensoria Pública da Bahia é formada pelo público feminino. Um público em expressivo número composto por diferentes tipos de mães. "Parabenizo cada uma de vocês pelo papel de mãe que desempenham, seja como mãe biológica, mãe socioafetiva, "mãe de irmão", "mãe de mãe", "mãe de vizinho", "mãe do amigo". Desejo a todas um feliz dia das mães!", finalizou a subcoordenadora da 3ª Regional, Cristiane Barreto.

SALVADOR

Na capital, o dia das mães também foi celebrado com palestra na Casa de Acesso à Justiça – CAJ I. A subcoordenadora da Especializada de Família, Donila Fonseca, convidou as pessoas a refletirem sobre a importância que os vínculos familiares, sejam eles formados por dois pais, duas mães, mãe-avó, avô-pai, etc, adquirem na vida de qualquer indivíduo.