COMUNICAÇÃO
Ilhéus – DPE/BA media acordo de reparação extrajudicial em caso de foto indevidamente divulgada em redes sociais
Envolvendo religião, saúde mental de idosas, novas tecnologias, caso se apresentou como exemplo de encontro de questões transversais
A Defensoria Pública do Estado da Bahia em Ilhéus mediou um acordo de reparação extrajudicial envolvendo a publicação imprópria de uma foto em redes sociais. Na imagem, a senhora Mônica Ribeiro*, 67, está manifestando santo durante uma cerimônia religiosa em um terreiro. A divulgação pública do registro fere os princípios do candomblé, religião de matriz africana, e causou abalo emocional e transtornos entre familiares, amigos e colegas de práticas.
Para Mônica, o atendimento da Defensoria foi fundamental para se sentir reparada. “Eu postei essa foto sem querer num grupo de ‘zap’. Só depois que me dei conta, mas ela já tinha pegado e postado a foto no Facebook dela. Entrei em contato e pedi que ela retirasse, o que só veio ocorrer alguns dias depois. Fiquei muito satisfeita com o tratamento que recebi desde o começo na Defensoria. E saí muito melhor com o resultado, evitando expor ainda mais a foto, se tivesse que abrir um processo”, afirmou.
Pelo acordo, alcançado nesta sexta-feira, 12, a autora do post, 74 anos, uma conhecida de Mônica e ex-praticante da religião, pediu desculpas pessoalmente em atendimento realizado pelo Núcleo de Apoio Psicossocial da DPE/BA e foi firmado um termo, com a supervisão da coordenadora da Regional de Ilhéus, Cristiane da Silva Barreto, no qual a autora da postagem se vê comprometida a divulgar, também na sua rede social, mensagem cujo teor expressa pedido de desculpas e manifesta que não intencionou desrespeitar a religião.
A psicóloga da Defensoria Marisa Batista da Silva afirma que no atendimento da questão se buscou preservar a dignidade das pessoas envolvidas.
“A DPE assume um compromisso muito enfático contra a intolerância religiosa, a defesa das mulheres e a saúde mental da pessoa idosa, de modo que a demanda apresentava uma teia de questões transversais onde a protagonismo das pessoas envolvidas pareceu ser o melhor modo de conciliar uma resposta”, comentou Marisa Batista.
*nome fictício