COMUNICAÇÃO

Ilhéus – DPE/BA media acordo de reparação extrajudicial em caso de foto indevidamente divulgada em redes sociais

15/07/2019 17:29 | Por Ascom

Envolvendo religião, saúde mental de idosas, novas tecnologias, caso se apresentou como exemplo de encontro de questões transversais

A Defensoria Pública do Estado da Bahia em Ilhéus mediou um acordo de reparação extrajudicial envolvendo a publicação imprópria de uma foto em redes sociais. Na imagem, a senhora Mônica Ribeiro*, 67, está manifestando santo durante uma cerimônia religiosa em um terreiro. A divulgação pública do registro fere os princípios do candomblé, religião de matriz africana, e causou abalo emocional e transtornos entre familiares, amigos e colegas de práticas.

Para Mônica, o atendimento da Defensoria foi fundamental para se sentir reparada. “Eu postei essa foto sem querer num grupo de ‘zap’. Só depois que me dei conta, mas ela já tinha pegado e postado a foto no Facebook dela. Entrei em contato e pedi que ela retirasse, o que só veio ocorrer alguns dias depois. Fiquei muito satisfeita com o tratamento que recebi desde o começo na Defensoria. E saí muito melhor com o resultado, evitando expor ainda mais a foto, se tivesse que abrir um processo”, afirmou.

Pelo acordo, alcançado nesta sexta-feira, 12, a autora do post, 74 anos, uma conhecida de Mônica e ex-praticante da religião, pediu desculpas pessoalmente em atendimento realizado pelo Núcleo de Apoio Psicossocial da DPE/BA e foi firmado um termo, com a supervisão da coordenadora da Regional de Ilhéus, Cristiane da Silva Barreto, no qual a autora da postagem se vê comprometida a divulgar, também na sua rede social, mensagem cujo teor expressa pedido de desculpas e manifesta que não intencionou desrespeitar a religião.

A psicóloga da Defensoria Marisa Batista da Silva afirma que no atendimento da questão se buscou preservar a dignidade das pessoas envolvidas.

“A DPE assume um compromisso muito enfático contra a intolerância religiosa, a defesa das mulheres e a saúde mental da pessoa idosa, de modo que a demanda apresentava uma teia de questões transversais onde a protagonismo das pessoas envolvidas pareceu ser o melhor modo de conciliar uma resposta”, comentou Marisa Batista.

 

*nome fictício