“Conhecendo os Desafios do Autismo – Tratamento e Inclusão” foi o tema da audiência pública realizada na Câmara Municipal de Ilhéus, que contou com a presença da Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA. Os autistas vêm enfrentando problemas das mais diversas ordens, a exemplo da dificuldade de diagnóstico em razão da ausência de profissionais médicos (neuropediatra e psiquiatra) na rede de atendimento básico de saúde do município, entre outros.

Há alguns dias a DPE/BA foi procurada por pais e representantes de entidades envolvidas com a luta pelos direitos da população autista, para uma reunião inicial, para que juntos, pudessem desenvolver medidas que fossem trabalhadas em prol dessas pessoas. Por conta disso, no decorrer da audiência pública, a subcoordenadora da 3ª Regional –  Ilhéus, Cristiane Barreto, e a defensora pública que atua na Vara da Infância e Juventude, Julia Baranski, falaram sobre a necessidade de pôr em prática ações efetivas neste campo.

“Tanto a reunião prévia, quanto a audiência pública estreitaram os laços e o comprometimento da Defensoria com a sociedade civil organizada, que milita a favor dos direitos das pessoas com Transtorno do Espectro Autista. O município de Ilhéus dispõe de políticas públicas extremamente deficitárias, quando se trata das pessoas com deficiência, cuja fragilidade acentua-se ainda mais em se tratando de crianças e adolescentes autistas’, pontuou a defensora Julia Baranski.

Na audiência pública, realizada na quinta, 14, além da precária assistência especializada foi apontado que as pessoas com autismo têm dificuldade de matrícula nas escolas da rede pública e privada e de atendimento especializado de coensino; e dificuldade no acompanhamento e tratamento com psicoterapia e fonoaudiologia.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos, o vereador e pastor Matos, proponente do evento, disse que através da audiência busca a integração da rede que atende este, bem como trazer conhecimento de causa e empoderamento para garantir melhores condições às pessoas autistas.

Também estiveram presentes na audiência alunos da Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC, representantes da Polícia Militar da Bahia – PMBA, Associação Amigos do Autista – AMA, Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE, Centro de Referência de Inclusão Escolar – Crie, Centro de Apoio Universo do Aprender – CAUA e as integrantes do Núcleo de Assistência Psicossocial – NAP da Defensoria Pública, Marisa Batista da Silva e Márcia Pithon Bittencourt.

Transtorno do Espectro Autista

O Autismo, também conhecido como Transtornos do Espectro Autista (TEA), são transtornos que causam problemas no desenvolvimento da linguagem, nos processos de comunicação, na interação e comportamento social da criança.  Atualmente, estima-se que 70 milhões de pessoas no mundo todo possuem algum tipo de autismo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Com relação ao Brasil, esse número passa para 2 milhões. Uma pesquisa atual realizada neste ano do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) diz que o autismo atinge ambos os sexos e todas as etnias, porém o número de ocorrências é maior entre o sexo masculino (cerca de 4,5 vezes).