COMUNICAÇÃO
ILHÉUS – DPE/BA participa de caminhada em memória as vítimas do Rio Cururupe
O evento fez parte da comemoração ao Dia Municipal da Consciência Indígena
A Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA, participou da 18ª edição da caminhada em memória dos mártires do Massacre do Rio Cururupe. O encontro, promovido pela comunidade Tupinambás de Olivença com a participação dos Pataxó e Pataxó Hã-Hã Hãe, fez parte da comemoração ao Dia Municipal da Consciência Indígena. O objetivo foi saudar a memória dos antepassados que morreram nesse massacre no ano de 1559, além de reafirmar publicamente a luta pela demarcação do território reivindicado pelos Tupinambá de Olivença, que se estende entre os municípios de Ilhéus, Buerarema e Una.
A caminhada, que aconteceu no último domingo, 30, foi a primeira realizada depois da morte da anciã Dona Nivalda, em abril de 2018, mãe da Cacique Maria Valdelice, importante liderança indígena da região. Foi Dona Nivalda Amaral de Jesus – Amotara Tupinambá -, ao lado de Senhor Aloísio Cunha Silva, quem reconheceu o manto sagrado dos Tupinambá de Olivença, que se encontra em exposição na Mostra do Redescobrimento do Brasil, no Parque Ibirapuera, em São Paulo.
Os participantes percorreram quase 7 km, saindo da Igreja de Nossa Senhora da Escada, em Olivença, até a praia do Cururupe, palco do massacre comandado pelo governador-geral Mem de Sá, no século XVI, contra os ancestrais dos indígenas da região.
A defensora pública Julia Baranski representou a instituição no evento e ressaltou um dos momentos mais emocionantes da atividade: “Perceber o quão viva é a figura do índio caboclo Marcelino [personagem da história absolvido pelo Júri Simulado da Defensoria em abril deste ano] entre toda a comunidade dos Tupinambá de Olivença é muito comovente. Sua figura foi relembrada em diversos momentos da caminhada que, além de relembrar o massacre, reivindica e fortalece a luta dos povos indígenas pela demarcação de suas terras”, declarou a defensora.
Estiveram presentes na caminhada os defensores públicos que participaram do Júri Simulado do índio Caboclo Marcelino, Leonardo Couto Salles e Aline Brito Müller, a subcoordenadora da 3ª Regional – Ilhéus, Cristiane da Silva Barreto Nogueira, a psicóloga Marisa Batista, a representante do Grupo Operativo da Defensoria Pública em Ilhéus, Indiara Rosa, o servidor do setor de transportes Antonio Ney Cardoso Lopes.
A Defensoria Pública também participou da Audiência Pública promovida pela Câmara dos Vereadores de Ilhéus para registrar o Dia Municipal da Consciência Indígena e discutir as demandas das comunidades indígenas na região. O evento aconteceu no dia 27 de setembro de 2018.