COMUNICAÇÃO
Ilhéus – Protocolo de atendimento às pessoas com distúrbios mentais é definido
Defensoria Pública promove reunião, exibição de filmes e documentários que marcaram o Dia Nacional da Luta Antimanicomial
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência em Ilhéus – SAMU e a Polícia Militar definiram protocolo para acompanhamento de pacientes em surto psicótico, objetivando atender de forma rápida e eficiente todas as pessoas que precisam do serviço. O acordo foi fechado graças à reunião proposta pela Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA e fez parte das ações voltadas ao Dia Nacional da Luta Antimanicomial, celebrado em 18 de maio. Na sede da Defensoria, filmes e documentários sobre o tema também foram exibidos aos servidores, estagiários e assistidos da Defensoria estadual.
A subcoordenadora da 3ª Regional, Cristiane Barreto, as defensoras públicas Fabianne Oliveira e Sílvia Tavares – que integram o Núcleo de Saúde da Defensoria, a psicóloga do Núcleo de Apoio Psicossocial, Marisa Batista, o secretário de saúde do município, José Antônio Ocke, o representante do SAMU, João Quintela, junto com o presidente do Conselho Municipal de Ilhéus, Fred Oliveira, e representantes da Polícia Militar debateram ainda questões ligadas ao atendimento das pessoas com transtornos mentais, aspectos da política de saúde mental, entre outros pontos durante a reunião.
De acordo com as defensoras públicas que participaram do encontro, o diálogo institucional evidenciou que o acompanhamento das pessoas com transtorno mental na cidade carece de uma efetiva rede de acolhimento, que envolve vários atores, e que a capacitação e formação são imprescindíveis. Uma nova reunião, incluindo a participação de outros agentes da Rede de Atenção Psicossocial, deverá acontecer no próximo dia 8 de junho.
LUTA ANTIMANICOMIAL
Segundo a psicóloga da Defensoria em Ilhéus, Marisa Batista da Silva, o movimento da Luta Antimanicomial objetiva a efetivação do tratamento das pessoas em sofrimento psíquico a partir da premissa de que tais pessoas também são providas do direito de viver em liberdade. "É uma luta pelo fim do manicômio, em prol da estruturação da Rede de Atendimento Psicossocial numa proposta de clínica ampliada", defendeu a profissional.
Já nos dias 19 e 20, a programação proposta pelo Núcleo de Apoio Psicossocial – NAP incluiu exibição de filmes e documentários temáticos sobre a saúde mental e os aspectos históricos, sociais e culturais que podem vir a gerar estereótipos, preconceitos e negativas de atendimento. O objetivo da atividade foi ampliar as noções de saúde e doença, reabilitação psicossocial e, principalmente, propor o movimento dialético na condução de uma prática humanizada, antimanicomial e politizada sobre o atendimento aos familiares e aos pacientes em sofrimento psíquico.
Para a servidora Adryanne de Oliveira, "a programação em celebração ao Dia Nacional da Luta Antimanicomial foi bem interessante e reflexiva". Segundo Oliveira, a atividade a fez perceber e desmistificar o preconceito muitas vezes manifesto a pessoas com transtorno mental.