COMUNICAÇÃO
Iniciado trabalho itinerante com população de rua no Pelourinho
Morador de rua há dois anos, Jamison do Nascimento, 37, não perde as esperanças de encontrar uma nova chance no mercado de trabalho. “Meu sonho é conseguir um emprego e mudar de vida”, conta Jamilson, desempregado, que está a um passo de realizar seu sonho. Jamison obteve ajuda para tirar a 2ª via do cadastro de reservista através do trabalho itinerante que a Defensoria Pública da Bahia iniciou na tarde de terça-feira (6), na sede do Movimento de População de Rua, no Pelourinho. O serviço atenderá pessoas em situação de rua todas às terças e quintas-feiras, das 14h às 17h.
A defensora pública Andrea Tourinho deu início às atividade fazendo uma ronda pelas ruas do Pelourinho e proximidades. “É essencial que o defensor tenha esse contato direto para sentir a realidade e ter uma visão mais ampla dos problemas sociais”, opina. Ainda de acordo com ela, a prática reforça o diálogo dentro da justiça. “É o início do reconhecimento dessas pessoas como parte da sociedade, pois ao escutá-los há um resgate da cidadania e da autoestima nessas pessoas”, acrescenta Tourinho.
No primeiro dia de trabalho, a maior demanda ficou em torno do acesso à 2ª via de documentação. De acordo com a subcoordenadora do Núcleo de Direitos Humanos da Defensorioa, Fabiana Almeida, “essa demanda representará grande parte dos atendimentos no local, pois muitas pessoas em situação de rua perdem seus documentos”, afirma. O caso do morador de rua Gilberto, 24 anos, não é diferente. Ele teve seus documentos perdidos em um incêndio na casa da companheira e ficou sabendo do serviço através da atividade itinerante. “O intuito desse primeiro contato é divulgar o trabalho da Defensoria e, em seguida, agregar os moradores”, explica Tourinho que prestou esclarecimentos ao rapaz.
EFICÁCIA – Cerca de 40 pessoas em situação de rua já conseguiram emprego através da parceria da Defensoria Pública da Bahia com o Movimento de População de Rua. O secretário da organização, Vânio Borges, comemora os resultados. “A Defensoria possibilita as pessoas o acesso aos documentos e, hoje, elas já estão empregadas. Temos casos de pessoas que quando assinam a carteira caem em prantos”, relembra.