COMUNICAÇÃO

Iniciado trabalho itinerante com população de rua no Pelourinho

08/03/2012 16:41 | Por

 

Morador de rua há dois anos, Jamison do Nascimento, 37, não perde as esperanças de encontrar uma nova chance no mercado de trabalho. “Meu sonho é conseguir um emprego e mudar de vida”, conta Jamilson, desempregado, que está a um passo de realizar seu sonho. Jamison obteve ajuda para tirar a 2ª via do cadastro de reservista através do trabalho itinerante que a Defensoria Pública da Bahia iniciou na tarde de terça-feira (6), na sede do Movimento de População de Rua, no Pelourinho. O serviço atenderá pessoas em situação de rua todas às terças e quintas-feiras, das 14h às 17h.

A defensora pública Andrea Tourinho deu início às atividade fazendo uma ronda pelas ruas do Pelourinho e proximidades. “É essencial que o defensor tenha esse contato direto para sentir a realidade e ter uma visão mais ampla dos problemas sociais”, opina. Ainda de acordo com ela, a prática reforça o diálogo dentro da justiça. “É o início do reconhecimento dessas pessoas como parte da sociedade, pois ao escutá-los há um resgate da cidadania e da autoestima nessas pessoas”, acrescenta Tourinho.

No primeiro dia de trabalho, a maior demanda ficou em torno do acesso à 2ª via de documentação. De acordo com a subcoordenadora do Núcleo de Direitos Humanos da Defensorioa, Fabiana Almeida, “essa demanda representará grande parte dos atendimentos no local, pois muitas pessoas em situação de rua perdem seus documentos”, afirma. O caso do morador de rua Gilberto, 24 anos, não é diferente. Ele teve seus documentos perdidos em um incêndio na casa da companheira e ficou sabendo do serviço através da atividade itinerante. “O intuito desse primeiro contato é divulgar o trabalho da Defensoria e, em seguida, agregar os moradores”, explica Tourinho que prestou esclarecimentos ao rapaz.

EFICÁCIA – Cerca de 40 pessoas em situação de rua já conseguiram emprego através da parceria da Defensoria Pública da Bahia com o Movimento de População de Rua. O secretário da organização, Vânio Borges, comemora os resultados. “A Defensoria possibilita as pessoas o acesso aos documentos e, hoje, elas já estão empregadas. Temos casos de pessoas que quando assinam a carteira caem em prantos”, relembra.