Há uma semana operando no estado, o instituto Fogo Cruzado buscou a Defensoria Pública da Bahia-DPE/BA para discutir possibilidades de parcerias com a instituição. A organização da sociedade civil realiza um trabalho de coleta de informações e produz dados sobre a violência armada. Durante o encontro, que aconteceu nesta sexta-feira, 08, na sede da DPE/BA, no CAB, as instituições trocaram informações e experiências sobre as respectivas atuações no âmbito da violência.

“É muito importante que a gente tenha esse canal aberto com a Defensoria, porque muito do trabalho do Fogo Cruzado está diretamente ligado à violência. A nossa conexão vai ser, exatamente, nesse campo: lidar com essas pessoas que têm seus direitos violados e que são, inclusive, atendidos pela Defensoria”, justificou a diretora executiva e idealizadora do instituto, Cecília Oliveira.

A importância da colaboração entre as instituições também foi destacada pelo defensor público geral, Rafson Ximenes. Para ele, o encontro serviu para que a instituição começasse a pensar como o Fogo Cruzado pode auxiliar a DPE/BA na defesa da população. “É uma possibilidade de parceria que tem muita perspectiva de grandes resultados para o povo baiano, porque afinal de contas, o que importa no trabalho que a gente faz é aumentar a qualidade de vida da população mais pobre no estado”, ressaltou.

 Tailane Muniz, Maria Isabel Couto e Cecília Oliviera (da esquerda pra direita)

Segundo ele, a intersecção dos dados produzidos pela DPE/BA com os do Fogo Cruzado podem abrir novas chaves de interpretação dos fenômenos, auxiliar a compreensão dos problemas de segurança pública e a encontrar as melhor forma de resolvê-los.

Além da Bahia, cujo início do monitoramento teve início no dia 01 de julho, o Fogo Cruzado atua nos estados do Rio de Janeiro e Pernambuco. De acordo com a diretora de programas do instituto, Maria Isabel Couto, o foco inicial da atuação no estado é Salvador e Região Metropolitana. Durante a reunião com a DPE/BA, ela explicou a metodologia de monitoramento usada pelo Fogo Cruzado, que consegue extrair dados de gênero, faixa etária, ocorrência de vítimas e outros relativos ao evento de violência armada.

Também participaram da reunião a subdefensora pública geral, Firmiane Venâncio; as coordenadoras da Especializada de Direitos Humanos, Eva Rodrigues e Lívia Almeida, o coordenador Penal do Núcleo de Integração, Maurício Saporito; e assessora de Gabinete para Pesquisas Estratégicas, Fernanda Morais.

Além da DPE/BA, o Instituto Fogo Cruzado se reuniu com o Instituto Odara, Cipó Comunicação, Juventude Ativista de Cajazeiras (Jaca), Salvador Invisível e do Centro de Referência Integral de Adolescentes-CRIA.