COMUNICAÇÃO
IPIAÚ – Unidade Móvel da Defensoria fica dois dias na cidade e 305 moradores aproveitam a visita para lutarem pelos seus direitos
Durante os dois dias, foram resolvidos os mais diversos tipos de casos: orientações jurídicas, acordos extrajudiciais e exames de DNA para investigação de paternidade
“Quem não luta pelos seus direitos não é digno deles”. A frase de um dos maiores juristas do Brasil, Rui Barbosa, incentivou os moradores de Ipiaú, no sudoeste do estado, a lutarem pelos seus direitos. Nestas quarta e quinta-feira, dias 10 e 11 de julho, a Unidade Móvel de Atendimento da Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA fez a sua parada na cidade e, no meio da praça que leva o nome do jurista, dividiu espaço com o busto de bronze montado em sua homenagem e atendeu a 305 pessoas nos dois dias.
“É a justiça mais perto do povo. É a oportunidade que temos de entender e correr atrás dos nossos direitos”, resumiu a professora Micheline Alves Silva, que, depois de 35 anos, teve a chance de lutar pelo seu direito de descobrir se o motorista Dilson Silva, 65 anos, é seu verdadeiro pai. “Com seis anos, descobri que não tinha pai e, há dois anos, bati pé firme com minha mãe que ela precisava revelar quem era ele. Chegou a hora de descobrir, de fechar esta lacuna que está aberta desde que nasci”, acrescentou a professora, que não conseguiu segurar a emoção enquanto fazia a coleta do material genético para o exame de DNA.
Por falar em correr atrás, quem saiu de Jitaúna e correu atrás da Unidade Móvel para não perder a oportunidade de realizar o divórcio consensual foi o ex-casal Ionaria Teixeira Cruz e Valdeci de Jesus Santos. “Fomos casados por cinco anos e nos separamos há 19 anos, mas fomos deixando a questão de assinar o divórcio de lado este tempo todo. Agora, a oportunidade apareceu e nós corremos atrás de vocês. Que voltem mais vezes a Jitaúna, Ipiaú e tantas outras cidades que precisam”, sugeriu a dona de casa, após assinar o acordo do divórcio.
Já a babá Daiane Cardoso Santana, 27 anos, correu atrás do direito da filha de ter o nome correto da avó na sua certidão de nascimento. “Fui fazer o RG dela e não pude fazer por que o nome da minha mãe estava errado. Trocaram o ‘e’ pelo ‘a’. É uma letrinha que dá um trabalhão”, constatou a babá.
A mãe Sônia Souza, 40 anos, também foi em busca do direito à saúde da filha. “Ela tem 12 anos e sofre de escoliose em grau elevado. Não tenho condições de pagar o tratamento particular de RPG e pilates que foi prescrito para ela. Vim buscar ajuda da justiça para conseguir este tratamento de forma gratuita, pois ela está em fase de crescimento e está se agravando cada vez mais. Já está um ‘S’ a coluna dela”, comparou a mãe.
“A Defensoria vai até você”
Nesta visita a Ipiaú, a UMA, como é mais conhecida, fez valer a ideia de que “A Defensoria vai até você” e foi até à casa da ex-esposa do mecânico Roque Reis, 65 anos, para realizar o divórcio dos dois. “Além de ter vindo na minha cidade, a Defensoria veio até a casa da minha ex-esposa e eu serei eternamente grato a vocês por isso. Ela está acamada há cerca de sete anos após ter sofrido um Acidente Vascular Cerebral isquêmico e tem dificuldades de locomoção”, contou o mecânico ao coordenador da Unidade Móvel, Marcus Vinícius Lopes de Almeida, durante a ida à residência para coleta da assinatura da divorcianda. “A satisfação da assistida com a presteza do nosso atendimento nos faz querer, cada vez mais, levar a Unidade Móvel para todas as cidades do nosso estado”, garantiu o coordenador.
Além do coordenador, estes dois dias da Unidade Móvel em Ipiaú contou com a atuação de quatro defensores que atuam em Jequié – Hannah Yasmine Lima Freitas, Yana de Araújo Melo, Laís Santos Oliveira e Henrique Alves da Silva – e servidores de Jequié e Ipiaú. “É uma grande satisfação a atuar na Unidade Móvel de Atendimento, por saber que ela faz a diferença na vida de pessoas carentes dos direitos mais básicos. A cada atendimento é possível perceber como a Defensoria Pública precisa se fazer presente em todas as comarcas da Bahia. Onde não há Defensoria Pública, questões referentes a investigação de paternidade, alimentos, divórcio e retificação de registro, dentre outras, que poderiam ser facilmente solucionadas, demoram anos para obter uma resolução, ante a falta de assistência mínima à população local. Em Ipiaú, foi possível identificar grande demanda reprimida. Sem dúvida, o trabalho da UMA é fundamental para expandir o alcance do trabalho da Defensoria Pública”, destacou a defensora pública Laís Oliveira, que atendeu neste segundo dia.
Aiquara
Depois de Manoel Vitorino, Jitaúna e Ipiaú, agora a UMA encerra a semana na cidade de Aiquara. O atendimento será amanhã, 12 de julho, das 8 às 12h e das 13h30 às 16h, na Praça da Feira, localizada na Avenida Jonival Lucas.