COMUNICAÇÃO

Itapetinga – Conselheiros tutelares querem parceria da Defensoria para agilizar adoções

27/04/2016 20:20 | Por Vanda Amorim - DRT/PE 1339 (texto e foto)

Na conferência pública para o orçamento participativo 2016 a segurança das crianças foi o tema mais abordado

A Justiça precisa encontrar mecanismos mais rápidos para garantir a segurança das crianças que são abandonadas por seus pais. Essa foi a questão mais abordada em Itapetinga, na conferência pública para o orçamento participativo 2016 da Defensoria Pública do Estado da Bahia. A queixa é que muitas mães, principalmente usuárias de drogas, continuam engravidando e largando as crianças nos Conselhos Tutelares.

A conferência, que aconteceu pela primeira vez em Itapetinga, começou com os defensores que atuam na comarca, Glauco Teixeira e Afonso Ferreira Neto, explicando a função da Defensoria e as atividades que desenvolvem para garantia dos direitos da população. Glauco atua na área de Família, Registro Público, Fazenda Pública e Cível, enquanto Afonso é responsável pela área criminal, inclusive com atendimento a crianças e adolescentes autores de atos infracionais.

Ricardo Barreto e Jorge Nascimento Filho, conselheiros tutelares, mostraram-se indignados com a burocracia e a lentidão do cadastro de adoção. "Por que demoram tanto para resolver a questão das crianças", questionou Barreto, alertando que a demora faz com que elas passem por várias etapas sem nenhuma providência até que cometem um crime. Nascimento, conselheiro no quarto mandato, citou o caso de um casal usuário de crack que largou duas crianças com menos de quatro anos de idade no Conselho Tutelar. Passado algum tempo pegaram de volta e mais à frente largaram de novo. Depois largaram um terceiro filho, bebê.

O subcoordenador da 2ª Regional da Defensoria Pública, Lúdio Rodrigues Bonfim, assim como os dois defensores públicos que dão assistência jurídica à Itapetinga, lamentou a lentidão do processo, mas lembrou que a prioridade é sempre garantir que as crianças fiquem com a própria família. Se não com os pais, pelo menos com tios ou avós.

O defensor público Afonso Nascimento Filho destacou que na comarca o Projeto Recomeçar tem alcançado bons resultados, mas demonstrou sua preocupação com o aliciamento de crianças pelo tráfico e com a violência nas comunidades mais pobres, já sendo registrados casos de estupro de meninas pequenas pelos próprios irmãos, usuários de drogas.

Outras demandas apresentadas foi assessoria jurídica para criação de associações e cooperativas que possibilitem moradia, renda e alimentação. A conferência pública em Itapetinga foi realizada no Salão do Júri do Fórum da cidade, na segunda-feira, 25.

Confira no Flickr da Defensoria as fotos da Conferência Pública, realizada em 25/04/2016. Clique AQUI

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