COMUNICAÇÃO
ITATIM – Defensoria atende na cidade e exames de DNA alcançam um dos recordes na história da Unidade Móvel
Dos 195 atendimentos registrados nos dois dias da visita, 115 foram coletas de materiais genéticos para os exames de DNA
“Sem essa Defensoria eu não sei o que seria do pobre. Parabéns por essa iniciativa de atender em nossa cidade”. O reconhecimento da cabeleireira Celivânia Macêdo comprova que a Unidade Móvel de Atendimento da Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA continua seguindo o caminho certo. Nesta terça-feira, 16, segundo dia da visita à cidade de Itatim, a UMA atraiu mais 92 moradores que foram em busca dos diversos serviços oferecidos pela Defensoria. Somando os dois dias da visita, o número de atendimentos chegou a 195.
Entre os serviços oferecidos, o que mais atraiu os moradores de Itatim foi o exame de DNA para investigação e reconhecimento de paternidade: dos 195 atendimentos nos dois dias, foram realizadas 115 coletas do material genético dos supostos pais, filhos, tios e avós para análise do vínculo genético. “Nesta nossa vinda a Itatim, alcançamos um dos recordes de exames de DNA da história da Unidade Móvel e atendemos desde bebês com apenas cinco dias de vida até idosos com mais de 60 anos. Essa grande procura mostra o quanto é necessária a atuação da Defensoria Pública no incentivo à paternidade responsável e como a população é carente deste tipo de ação cidadã”, destacou o coordenador da Unidade Móvel, Marcus Vinícius Lopes de Almeida, citando a Ação Cidadã Sou Pai Responsável, que a Defensoria desenvolve há 12 anos.
Por falar em pai e avô, o lavrador Daniel Jesus, 78 anos, foi até à Unidade Móvel com o pequeno V.M.S., de 2 anos, para fazer o exame e descobrir se é pai ou avô do menino. “Se não for um, é outro. Eu e meu filho nos relacionamos com a mesma mulher e ela engravidou. Agora chegou a hora de saber a verdade. O carinho que já tenho por ele sei que nunca vou perder”, contou o lavrador, que já convive com o menino desde que nasceu e tem quase certeza que é seu filho. “Quando ele não está lá em casa me dá um vazio, sinto uma falta”, revelou, enquanto o pequeno dormia em seus braços.
Quem também sente falta do filho é a funcionária pública Ester Rodrigues, 50 anos, que encontrou na Unidade Móvel a chance de fazer o exame com a suposta neta e, finalmente, se o resultado der positivo, poder registrar a criança em nome do filho dela. “É um pedacinho dele que tenho perto de mim. Não vejo a hora dela ter o nome do [suposto] pai e os nossos, como avós, no registro”, contou. “Papai está no céu”, repetia a menina S.O., de 2 anos. “Onde ele estiver, sei que está feliz por ter chegado o grande dia de fazer este exame”, garantiu a mãe da menina, a dona de casa Simone Ribeiro, 26 anos.
Já o suposto pai do pequeno R., de 5 dias de vida, trouxe o bebê e a mãe, que moram na cidade de Feira de Santana, só para fazer o exame e tirar os “10% de dúvida” que ele tem. “Viemos de longe para aproveitar esta chance”, contou o suposto pai.
Assim como os pequenos, os adultos também aproveitaram a chance dada pela Defensoria de fazer o exame de DNA: a doméstica Maria Elza Nunes, 64 anos, e o lavrador Antônio dos Santos, 54 anos, finalmente tiveram a chance de descobrir se o lavrador Viriato Souza, 84 anos, é mesmo o suposto pai deles. “Nunca é tarde. Cá estou tendo esta felicidade de fazer este exame e descobrir quem é meu pai aos 64 anos de vida. Agradeço tanto por vocês terem vindo até aqui”, destacou a doméstica.
“Não tínhamos tido uma oportunidade como esta”
Já a cabeleireira Celivânia, que parabenizou à Defensoria pela iniciativa de colocar a Unidade Móvel para percorrer todo o estado, também agradeceu a visita e aproveitou um outro serviço oferecido pela Defensoria: o divórcio consensual. “Fomos casados por uns cinco anos e separamos há mais de 20 anos. Cada um seguiu sua vida, mas não tínhamos tido uma oportunidade como esta que vocês estão oferecendo. Pagar um advogado para cuidar disso é muito caro e não tínhamos condições”, contou a cabeleireira, que comemorou quando saiu da Unidade Móvel com o acordo de divórcio assinado por ela, pelo ex-marido e pela defensora pública Flávia Cristina Coura de Araújo.
Além do coordenador Marcus Vinícius e da defensora Flávia Cristina, este segundo dia da Unidade Móvel na cidade também contou com a atuação da defensora pública Walmary Pimentel e servidores de Salvador e Santo Antônio de Jesus.
Santa Terezinha: dias 17 e 18
Depois dos dois dias em Itatim, agora a Unidade Móvel avança cerca de 20 quilômetros e segue para a cidade de Santa Terezinha. O atendimento será realizado amanhã, das 8 às 16h, e na quinta-feira, dia 18, das 8 às 14h, na Praça Ápio Medrado, em frente ao Fórum e à Câmara Municipal.