COMUNICAÇÃO

ITATIM – Defensoria atende na cidade e exames de DNA alcançam um dos recordes na história da Unidade Móvel

16/07/2019 17:51 | Por Ingrid Carmo DRT/BA 2499

Dos 195 atendimentos registrados nos dois dias da visita, 115 foram coletas de materiais genéticos para os exames de DNA

“Sem essa Defensoria eu não sei o que seria do pobre. Parabéns por essa iniciativa de atender em nossa cidade”. O reconhecimento da cabeleireira Celivânia Macêdo comprova que a Unidade Móvel de Atendimento da Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA continua seguindo o caminho certo. Nesta terça-feira, 16, segundo dia da visita à cidade de Itatim, a UMA atraiu mais 92 moradores que foram em busca dos diversos serviços oferecidos pela Defensoria. Somando os dois dias da visita, o número de atendimentos chegou a 195.

Entre os serviços oferecidos, o que mais atraiu os moradores de Itatim foi o exame de DNA para investigação e reconhecimento de paternidade: dos 195 atendimentos nos dois dias, foram realizadas 115 coletas do material genético dos supostos pais, filhos, tios e avós para análise do vínculo genético. “Nesta nossa vinda a Itatim, alcançamos um dos recordes de exames de DNA da história da Unidade Móvel e atendemos desde bebês com apenas cinco dias de vida até idosos com mais de 60 anos. Essa grande procura mostra o quanto é necessária a atuação da Defensoria Pública no incentivo à paternidade responsável e como a população é carente deste tipo de ação cidadã”, destacou o coordenador da Unidade Móvel, Marcus Vinícius Lopes de Almeida, citando a Ação Cidadã Sou Pai Responsável, que a Defensoria desenvolve há 12 anos.

Por falar em pai e avô, o lavrador Daniel Jesus, 78 anos, foi até à Unidade Móvel com o pequeno V.M.S., de 2 anos, para fazer o exame e descobrir se é pai ou avô do menino. “Se não for um, é outro. Eu e meu filho nos relacionamos com a mesma mulher e ela engravidou. Agora chegou a hora de saber a verdade. O carinho que já tenho por ele sei que nunca vou perder”, contou o lavrador, que já convive com o menino desde que nasceu e tem quase certeza que é seu filho. “Quando ele não está lá em casa me dá um vazio, sinto uma falta”, revelou, enquanto o pequeno dormia em seus braços.

Quem também sente falta do filho é a funcionária pública Ester Rodrigues, 50 anos, que encontrou na Unidade Móvel a chance de fazer o exame com a suposta neta e, finalmente, se o resultado der positivo, poder registrar a criança em nome do filho dela. “É um pedacinho dele que tenho perto de mim. Não vejo a hora dela ter o nome do [suposto] pai e os nossos, como avós, no registro”, contou. “Papai está no céu”, repetia a menina S.O., de 2 anos. “Onde ele estiver, sei que está feliz por ter chegado o grande dia de fazer este exame”, garantiu a mãe da menina, a dona de casa Simone Ribeiro, 26 anos.

Já o suposto pai do pequeno R., de 5 dias de vida, trouxe o bebê e a mãe, que moram na cidade de Feira de Santana, só para fazer o exame e tirar os “10% de dúvida” que ele tem. “Viemos de longe para aproveitar esta chance”, contou o suposto pai.

Assim como os pequenos, os adultos também aproveitaram a chance dada pela Defensoria de fazer o exame de DNA: a doméstica Maria Elza Nunes, 64 anos, e o lavrador Antônio dos Santos, 54 anos, finalmente tiveram a chance de descobrir se o lavrador Viriato Souza, 84 anos, é mesmo o suposto pai deles. “Nunca é tarde. Cá estou tendo esta felicidade de fazer este exame e descobrir quem é meu pai aos 64 anos de vida. Agradeço tanto por vocês terem vindo até aqui”, destacou a doméstica.

“Não tínhamos tido uma oportunidade como esta”

Já a cabeleireira Celivânia, que parabenizou à Defensoria pela iniciativa de colocar a Unidade Móvel para percorrer todo o estado, também agradeceu a visita e aproveitou um outro serviço oferecido pela Defensoria: o divórcio consensual. “Fomos casados por uns cinco anos e separamos há mais de 20 anos. Cada um seguiu sua vida, mas não tínhamos tido uma oportunidade como esta que vocês estão oferecendo. Pagar um advogado para cuidar disso é muito caro e não tínhamos condições”, contou a cabeleireira, que comemorou quando saiu da Unidade Móvel com o acordo de divórcio assinado por ela, pelo ex-marido e pela defensora pública Flávia Cristina Coura de Araújo.

Além do coordenador Marcus Vinícius e da defensora Flávia Cristina, este segundo dia da Unidade Móvel na cidade também contou com a atuação da defensora pública Walmary Pimentel e servidores de Salvador e Santo Antônio de Jesus.

Santa Terezinha: dias 17 e 18

Depois dos dois dias em Itatim, agora a Unidade Móvel avança cerca de 20 quilômetros e segue para a cidade de Santa Terezinha. O atendimento será realizado amanhã, das 8 às 16h, e na quinta-feira, dia 18, das 8 às 14h, na Praça Ápio Medrado, em frente ao Fórum e à Câmara Municipal.