COMUNICAÇÃO
Jovens socioeducandos conhecem Museu da Misericórdia por meio de projeto da Defensoria baiana
Um dos principais espaços culturais baianos localizados no Centro Histórico de Salvador, o Museu da Misericórdia passou a ser conhecido também por jovens que cumprem medida socioeducativa na Casa de Atendimento Socioeducativo – CASE de Camaçari. A experiência foi proporcionada pela Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA na quinta-feira, 13, por meio da Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente.
Instalado no antigo prédio da Santa Casa de Misericórdia, o Museu da Misericórdia foi erguido no século XVII. No entanto, os visitantes puderam contemplar a passagem do tempo através da arquitetura, pintura, esculturas, entre outras peças que compõem as alas – entre elas a Ala Ritual composta pelo Salão Nobre, Sacristia, Galeria e Claustro.
Esses, inclusive, foram alguns dos pontos altos da visita na opinião de Miguel*, que teve neste dia a primeira oportunidade de visitar o local. “Gostei muito da ideia de vir porque eu nunca tinha ido a um museu. Gostei muito de conhecer a igreja, é muito bonita, com a arquitetura e os desenhos bem trabalhados”, comentou o rapaz.
Thiago* também não havia conhecido museus antes da experiência proporcionada pela DPE/BA. “Eu nunca tinha vindo a um museu e achei ótima a visita. Conhecer a arquitetura e ver como construíram tudo isto com as ferramentas que tinham antigamente foi muito interessante”, afirmou o socioeducando.
Instrutor de Artes da CASE Camaçari, Dorivaldo Morais relata que os socioeducandos participam de oficinas de artes onde puderam conhecer mais sobre o espaço. “Nenhum dos jovens havia tido contato com museu. Antes da visita, tiveram conhecimento prévio do Museu da Misericórdia e suas principais características. Sempre fizemos esse trabalho de informar um pouco mais sobre os locais a serem visitados para que eles se familiarizem e interajam”, afirmou Morais.
De acordo com o instrutor, a CASE Camaçari conta com três alojamentos e quase 70 socioeducandos. Destes, cerca de 30 participam das oficinas de artes considerando os turnos matutino e vespertino.
Integrante da Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, João Almeida destaca a importância de viabilizar o acesso a espaços culturais. “O que pensamos com essa ação é possibilitar o acesso à cultura, que é um direito de cada pessoa. Quando possibilitamos essa visita a um público vulnerável, que é o público que está aqui hoje – grupo de acolhimento institucional ou grupos de jovens em situação de cumprimento de medida socioeducativa –, a gente cumpre um dos motes institucionais que estruturam a Defensoria, que é não apenas a educação em direitos, mas também a possibilidade de acesso à cultura”, afirmou.
*Nomes fictícios