COMUNICAÇÃO
JUAZEIRO – Defensores públicos continuam atendimento pela zona rural e identificam casos de moradores sem registro de nascimento
Casos foram registrados no povoado de Marruá
Na tarde desta terça-feira, 7, a Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA continuou a sua atuação pela zona rural de Juazeiro e, depois do atendimento com a Unidade Móvel pela manhã em Campos dos Cavalos, os defensores públicos seguiram para atender aos moradores do povoado de Marruá, também no distrito do Salitre.
“Na Defensoria, encurtamos as distâncias e vamos até onde o povo precisa de nós. E o povo de Marruá precisa. Vamos tentar solucionar as demandas administrativamente, mas o que é preciso ser feito mesmo é uma ação coletiva em favor da comunidade visando a oferta de serviços públicos que não chegam nesta região”, percebeu, ao chegar ao povoado, depois de percorrer mais de 25 quilômetros de estrada de chão e muita poeira, o coordenador da 5ª Regional da Defensoria – Juazeiro, André Lima Cerqueira, que atendeu aos moradores junto com o defensor público Tarcísio Teles Fonseca e servidores de Juazeiro e Salvador. Pelas condições da estrada, que liga Campos dos Cavalos a Marruá, a Unidade Móvel ficou impossibilitada de seguir para o povoado e o atendimento foi realizado na sede do Instituto Água Viva – IAV.
Entre os atendimentos realizados em Marruá, o que mais chamou a atenção dos defensores públicos foi o da sobrinha da lavradora Alaiane Alves Evangelista, que não tem registro de nascimento e nem documento. “Em Marruá é assim: o avô não tem registro, o pai não tem registro, o filho não tem registro e o neto não tem registro. São diversas famílias assim, inclusive a minha. Minha sobrinha, o filho e o irmão dela nunca foram registrados e, por isso, não possuem documentos que provem que eles existem”, contou a lavradora. “Nem nome ela tem. Hoje, quando vocês perguntaram, que ela passou a repetir Elizabete”, acrescentou a tia.
Como medida para conseguir o registro tardio de ‘Elizabete’, a Defensoria ajuizará uma ação. “Para isso, precisamos saber como ela gostaria de ser chamada, os nomes dos pais e dos avós maternos e paternos, o local onde ela nasceu e testemunhas”, explicou o defensor público Tarcísio Teles. “Já é o primeiro passo rumo ao reconhecimento e à existência dela na sociedade”, agradeceu a tia, que se comprometeu a reunir todos os documentos solicitados pelo defensor.