Após cerca de cinco horas de audiência realizada a portas fechadas na sede do 1º Juizado Especial da Infância e da Adolescência, em Salvador, o juiz da Infância e Juventude, Salomão Resedá, negou o pedido de revogação da guarda do pequeno Gabriel Salvador Santos, de 1 ano e 8 meses feito por Iracema Érica Ribeiro Oliveira, defensora de Rita de Cássia Salvador, mãe biológica da criança. A Defensoria Pública vai entrar com um Agravo de Instrumento no Tribunal de Justiça (TJ-BA), solicitando efeito suspensivo da guarda provisória concedida à professora Marystella Costa Simões.

De acordo com a defensora Iracema, Gabriel segue sob a guarda provisória da professora Marystella Costa Simões até o dia 2 de junho, quando acontecerá uma nova audiência. O advogado de defesa de Marystella, Antônio Leite Matos, não deu mais detalhes sobre o processo sob argumento de que o mesmo segue em segredo de Justiça.

Rita de Cássia, que esperava passar o Dia das Mães ao lado do filho, ficou triste com a manutenção da guarda provisória e o adiamento da decisão definitiva, mas afirmou que continua confiante no trabalho da Defensoria e acredita que, ao final do processo, terá de volta a guarda do menino. "Vai dar tudo certo. Ele vai voltar para casa", declarou.

O fotógrafo Wandaick Costa, pai de Leonardo, 8 anos, um dos filhos de Rita de Cássia, aguardou junto com a Imprensa informações sobre a audiência. Ontem ele esteve com a defensora Iracema e colocou-se à disposição para prestar depoimento à favor da mãe biológica. Destacou que ela seria incapaz de abandonar a criança - como foi alegado por Marystella. "Muito pelo contrário, ela sempre foi uma ótima mãe. Mesmo com todas as dificuldades, Rita nunca maltratou os filhos e nunca foi moradora de rua", garantiu Costa.

Atualmente, a Defensoria acompanha cerca de 70 casos semelhantes a este, onde 90% deles estão relacionados a medidas de adoção.