COMUNICAÇÃO
Mal de Parkinson: Uma síndrome ainda incompreendida
A síndrome de Parkinson é uma doença degenerativa do sistema nervoso central, lentamente progressiva, idiopática (sem causa conhecida). Na Bahia, a síndrome atinge entre 15 e 20 mil pessoas acima dos 60 anos de idade. Para debater o tema da violência contra o idoso, que sofre desta doença, a Defensoria Pública da Bahia participou, na tarde de ontem (11), do V Encontro Baiano de Doença de Parkinson, promovido pela Associação ao Portador de Parkinson e Alzheimer (Abapaz), no Hotel Mercuri, no Rio Vermelho, em Salvador. O Dia Mundial do Parksoniano é relembrado todo ano no dia quatro de abril e o Dia Mundial da doença em 11 do mesmo mês.
Na pauta de diálogos, foram abordadas as diversas formas de violência sofridas pelos portadores de Parkinson, como isolamento social, falta de medicamento e atendimento médico na rede pública. A mesa de debates foi composta pela subcoordenadora da Especializada de Proteção à Pessoa Idosa da Defensoria Pública, Walmary Pimentel; o representante da Secretaria de Saúde do Estado, Lindeberg Assunção; a professora e doutora em violência contra o idoso da Ufba, Maria Rosário, e o médico neurocirurgião e neuropediatra, Ailton Melo, coordenador do Ambulatório de Neurociências do Hospital das Clínicas e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia.
Para a defensora pública, "a violência contra o idoso é qualquer tipo de violação dos direitos à vida do ser humano, seja no âmbito psicológico ou emocional, por exemplo. Enquanto defensora pública entendo que a pior violência nesse caso é o descumprimento ao art. 3º, da Constituição Federal, que assegura ao idoso o direito à vida, à saúde, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, entre outros direitos", analisa. Segundo o médico especialista Ailton Melo, "o evento aproximou as diversas instâncias do poder público dos portadores e de seus familiares, reforçando os direitos dessas pessoas. Além disso, os participantes puderam expor suas demandas e esclareceram dúvidas". pontua ele.
O aspecto da educação familiar foi abordado pela professora Maria Rosário. "Precisamos em casa perguntar aos nossos filhos o que é ser idoso, discutir as demandas nas comunidades, nas escolas e, sobretudo, oferecer uma melhor qualidade de vida para quem um dia já cuidou e precisa agora de cuidados", ressalta. Concorda com ela Rosália Teixeira (70), que convive com o esposo Rafael Silva (73) há quase 40 anos. Ele é portador da síndrome de Parkinson há 33 anos e, para a esposa, "o preconceito é o mal que deve ser extinto da sociedade. Os cuidados devem ser redobrados, conviver com a doença é difícil porque mexe com o sistema nervoso, mas por outro lado o amor que ele recebe de mim e da família supera as dificuldade", declara.
Onde recorrer:
Os medicamentos usados pelos pacientes do Mal de Parkinson são distribuídos, gratuitamente, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Para marcar uma consulta no ambulatório do Hospital das Clínicas, que fica no Vale do Canela, é preciso ligar de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, no telefone: (71) 3247-6982. Outras informações sobre a doença e apoio aos pacientes e seus familiares, na Associação Baiana de Parkinson e Alzheimer, localizada à Rua Francisco Conceição Menezes, nº 3, Rio Vermelho. O telefone para contato é: (71) 3347-0143.