COMUNICAÇÃO
Homenagem à Marielle Franco na ALBA tem participação da Defensoria Pública
Entidades e sociedade civil cobraram respostas para caso Marielle
“Marielle Vive! Maria Presente!” Esse som ecoou no plenário da Assembleia Legislativa da Bahia – ALBA nesta quinta-feira, 14, na sessão especial Defensores dos Direitos Humanos – Vivas por Marielle. O evento que contou com a participação da Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA foi uma homenagem à vereadora carioca Marielle Franco e ao motorista Anderson Gomes que foram brutalmente assassinados em 14 de março de 2018. Embora os acusados pela execução do crime tenham sido presos, faltam esclarecimentos acerca da motivação e dos mandantes do crime. A sessão foi promovida pelas comissões de Direitos Humanos e Segurança Pública e de Direitos da Mulher da ALBA.
“A morte de Marielle hoje ultrapassa qualquer fronteira pessoal ou de política partidária. Ela representa um símbolo de violência e opressão que as mulheres e a população negra sofrem. Essa cultura de violência, ódio e intolerância está cada vez mais permeando o país. Por isso, a Defensoria tem que se fazer presente nesses momentos para defender a bandeira da democracia, da tolerância e da paz. Através da homenagem a Marielle, a Defensoria Pública homenageia e se solidariza com as mulheres negras e com todos aqueles que são vítimas de opressão”, disse o defensor público geral, Rafson Saraiva Ximenes.
A coordenadora da Especializada de Proteção aos Direitos Humanos da DPE/BA, Lívia Almeida, falou que a participação da Defensoria no evento demarca o espaço da Instituição na luta pelos direitos humanos: “É importante a Defensoria participar de eventos como esse para manter viva a chama que Marielle acendeu e continuar o legado que ela nos deixou. Estamos ao lado de Marielle, ao lado das pessoas que Marielle defendia: mulheres, negros, pobres, índios e de todos os defensores de direitos humanos. Marielle vive!”.
A presidente da Comissão dos Direitos da Mulher, a deputada Olívia Santana engrossou o coro de cobrança pela apuração da morte da vereadora. “Marielle foi assassinada de maneira brutal. A grande pergunta ainda hoje é ‘quem mandou matar Marielle?’”, indagou. Representando a Ocupação Marielle Franco, localizada em São Tomé de Paripe, dona Mira explicou que o grupo composto por moradores das periferias, trabalhadores informais e pessoas que lutam pelo direito à moradia deram à ocupação do terreno o nome de Marielle Franco pela representatividade e resistência da vereadora.
“A Bahia e o Rio de Janeiro são referências de resistência muito forte. Nós estamos marcando aqui a imortalidade de Marielle Franco, mas ao mesmo tempo a impunidade do seu assassinato e de Anderson Gomes. O Brasil sempre foi o país da matança da juventude negra. E a partir do processo eleitoral passou a se fazer uma glamourização da morte e do ódio. O nosso país não pode se transformar nisso”, alertou o proponente da sessão, o deputado estadual Hilton Coelho.
Também participaram da sessão especial a defensora pública Cynara Fernandes, além de parlamentares e representantes de movimentos sociais, do Ministério Público da Bahia e da Procuradoria Geral do Estado.