COMUNICAÇÃO
Medidas socioeducativas serão ampliadas na Defensoria Pública
Um total de 10 jovens em cumprimento de medidas socioeducativas tem sido beneficiado nos últimos dois meses, através do projeto de ressocialização desenvolvido pela Defensoria Pública do Estado da Bahia em parceria com a Fundação Cidade Mãe. O projeto, que é coordenado pela Escola Superior da Defensoria Pública (Esdep), visa garantir a adolescentes uma nova oportunidade de integração à sociedade.
"As famílias têm ressaltado as mudanças de comportamento dos adolescentes em seus lares e nas escolas que frequentam. Nenhum deles voltou a cometer atos infracionais", pontuou a diretora da Esdep, defensora pública Célia Padilha. Ela destacou ainda que é visível o crescimento pessoal no ambiente familiar e profissional dos jovens. A Defensoria é a primeira instituição jurídica a assumir o compromisso de reinserção de jovens em cumprimento de medidas socioeducativas. "O projeto tem um diferencial. A Fundação Cidade Mãe não tem encontrado em outra instituição este resultado", declarou Célia Padilha.
Parceria - A coordenadora da Central de Medidas Alternativas e socioeducativas em Meio Aberto da Fundação Cidade Mãe, Ajurimar Maia, concorda com a avaliação da diretora da Esdep. "Esta parceria com a Defensoria Pública está possibilitando aos nossos jovens uma oportunidade de cumprimento de medidas em um local onde eles podem ser acompanhados por pessoas do sistema de Justiça que possuem, naturalmente, uma maior sensibilidade", declarou a coordenadora.
Os jovens trabalham em regime de 8h semanais e estão alocados nas Defensorias Especializadas e coordenações. Uma das atividades voltadas para a formação dos jovens é a realização de debates mensais sobre assuntos do dia-a-dia, da atualidade. De acordo com a diretora da Esdep, Célia Padilha em março, a discussão será sobre os diversos tipos de violência, como a doméstica e familiar. "Nos preocupamos com a inclusão social e a formação humana dos adolescentes. Com o fortalecimento deste trabalho, queremos reforçar a aplicação de medidas socioeducativas em detrimento das de internação, que não os promovem um crescimento pessoal", explicou a diretora. A coordenadora do programa na Fundação Cidade Mãe, Ajurimar Maia, destaca que o interesse da Defensoria Pública em investir na formação humana dos jovens e pensar na profissionalização dos mesmos é positivo. "Os jovens estão vislumbrando novas perspectivas com este projeto e elevando sua autoestima, que é essencial para sua ressocialização", defendeu Maia.
Na opinião do jovem R.S.S., 16 anos, o trabalho na Defensoria tem sido uma oportunidade única. Ele conta que tem recebido apoio de muitas pessoas e orientações para não voltar a cometer delitos. "Aprendi sobre educação no trabalho, como me relacionar melhor com os outros, sobre jeito de lidar e falar", disse Rodrigo. Além de cumprir a medida socioeducativa na Defensoria, R.S.S. estuda durante a noite, trabalha numa Barbearia e gosta de desenhar. "Com o trabalho, esqueço da vida que tinha antes. Muitos colegas ainda continuam nessa vida. Meu pai fica feliz por me ver trabalhando", contou R.S.S Na próxima semana, mais cinco jovens iniciarão um curso de capacitação na Esdep para, posteriormente, cumprirem as medidas socioeducativas na Defensoria Pública.