COMUNICAÇÃO
Moradores de rua apresentam propostas para melhoria dos sistemas habitacionais
A situação dos moradores de rua foi discutida durante todo o dia de ontem (27) entre o Movimento da População de Rua de Salvador, juntamente à Defensoria Pública e representantes de órgãos governamentais, como Secretaria de Desenvolvimento Urbano da Bahia, Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social, Secretaria de Relações Institucionais da Bahia, além do Instituto Gaspar Bueno e a Pastoral Nacional da População de Rua.
De acordo com Maria Lúcia Pereira, coordenadora do Movimento, o objetivo da reunião foi estabelecer novas formas de acolhimento para pessoas que vivem nas ruas de Salvador. Para ela, o momento da discussão foi importante, pois há pouco tempo ninguém parava para debater assuntos referentes à habitação na capital baiana. "É interessante apresentar novas formas de acolhimento da população de rua dentro, a fim de mudar esse sistema tão excludente", lamentou.
Na ocasião, os moradores de rua apresentarem as principais propostas e dificuldades encontradas para se inserirem nas políticas públicas habitacionais. Falta de trabalho, documentação exigida pelos programas de habitação, carência de transporte, educação e precariedade no atendimento da saúde foram os principais pontos abordados pelos presentes.
Para Luiz Kohara, do Instituto Gaspar Bueno, é necessário mapear as áreas da cidade para que a população carente não seja recolocada para locais distantes e que a Prefeitura deve capacitá-los a fim de que possam participar das construções, o que geraria renda.
No momento do debate sobre todas as ideias apresentadas, Cristina Bove, representante da Pastoral Nacional da População de Rua, afirmou ser de extrema importância a atuação da Defensoria Pública do Estado da Bahia, pois a instituição vai acompanhar para que estes projetos saiam do papel. "A gente sabe que é muito difícil conseguir os objetivos aqui propostos e a Defensoria pode ajudar", ressaltou Cristina.
Atento aos problemas enfrentados pelos moradores de rua, o defensor público Gil Braga disse que a reunião foi positiva e a partir de agora deve ser feito um documento com todas as propostas apresentadas aos órgãos responsáveis. "A Defensoria Pública agora vai, através da especializada de Direitos Humanos da Instituição, se empenhar para que políticas públicas sejam implantadas e que essas pessoas sejam inseridas nos programas de habitação de Salvador", disse o defensor.