COMUNICAÇÃO

MURITIBA – Unidade Móvel da Defensoria retorna às estradas baianas e atende 179 moradores nesta primeira visita do ano

16/04/2019 17:36 | Por Ingrid Carmo DRT/BA 2499

Orientações jurídicas, acordos de alimentos e divórcios consensuais foram os serviços mais procurados durante a visita, que segue até amanhã

Você sabia que a Bahia tem uma extensão de cerca de 125 mil quilômetros entre estradas federais, estaduais e municipais? E que, deste total, a Unidade Móvel de Atendimento da Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA já percorreu mais de 33 mil quilômetros levando os serviços da Instituição para todos os cantos do Estado? Nesta terça-feira, 16, mais 140 quilômetros entraram para conta e a UMA, como é conhecida, retomou as suas viagens pelo interior do estado e fez a sua primeira parada do ano na cidade de Muritiba, no recôncavo baiano. Neste primeiro dia da visita, foram atendidos 179 moradores.

“Se formos colocar na ponta do lápis, já percorremos mais de ¼ desta Bahia levando a Defensoria e o acesso à justiça para muitos daqueles que não sabem que têm direitos. O número de atendimentos nesta primeira itinerância da Unidade Móvel em 2019 demonstra que o projeto da Defensoria da Bahia é essencial e muito importante para levar dignidade para aqueles que mais necessitam e que ainda não contam com o serviço da Defensoria”, contabilizou o coordenador da Unidade Móvel, o defensor público Marcus Vinícius Lopes de Almeida.

Se o dia era de festa, pela retomada das viagens, a empregada doméstica Graziele Lima escolheu a Unidade Móvel para comemorar o seu aniversário. “Estou muito feliz e meu presente é este atendimento e toda a orientação que recebi da Defensoria. Eu nem consegui dormir direito esperando a hora de vocês chegarem. Nós, moradores de Muritiba, não temos oportunidade como esta e só temos a agradecer à Defensoria pelo presente de ter escolhido a nossa cidade”, comemorou a doméstica, que foi em busca de orientação sobre o acordo de alimentos feito com o ex-marido e que não está sendo cumprido. “Ele só dá o dinheiro quando quer e eu vim saber o que posso fazer para que a justiça seja feita e que ele pague o dinheiro nos dias combinados”, acrescentou.

Quem também não conseguiu esconder a emoção por estar recebendo a visita da Defensoria em sua cidade foi a também empregada doméstica Jovanice Rocha, 55 anos, que foi buscar orientação sobre o seu divórcio. “Aqui, recebi orientações e explicações que nunca tive em lugar nenhum da cidade. O atendimento foi nos mínimos detalhes. A Defensoria está de parabéns!”, agradeceu.

Enquanto a doméstica tenta divorciar de um só, a professora Manoela Coelho, 36 anos, descobriu que na Ata do divórcio, feita durante uma audiência, constava os nomes de dois rapazes. “Estou divorciada de dois, mas só casei com um. Quero saber como corrigir isso, pois nem conheço quem é esse homem aqui. Sou bigama e não sabia?”, indagou a professora, que foi orientada a solicitar a retificação da Ata, pois ocorreu um erro de digitação.

Com a Defensoria é diferente

“E eu? Que não sei por onde ele anda, se está vivo ou se está morto? Saiu de casa há 12 anos, de bicicleta, e nunca mais voltou”. O relato da professora Nilzete de Jesus, 55 anos, é de quem viu na visita da Defensoria na cidade uma chance de buscar orientação sobre o que fazer para se divorciar da pessoa com quem ela esteve casada por 27 anos, teve oito filhos, mas que ela não sabe se existe mais. “Esperei este tempo todo por ele, espalhei fotos por todas as cidades da região, procurei em delegacias e hospitais, mas, agora não tenho mais onde procurar e desisti”, revelou.

Já para a cuidadora Juliana Pimentel, 29 anos, a palavra desistir não faz parte do seu vocabulário. E foi com sua persistência que, finalmente, ela conseguiu fazer o exame de DNA, para investigação e reconhecimento de paternidade, do pequeno R.P., de 2 anos, com o suposto avô paterno. “Assim que eu vi o anúncio nas redes sociais que a Defensoria estaria aqui eu disse: é minha chance!”, contou a cuidadora. “Tudo, hoje em dia, é na base do dinheiro, mas com a Defensoria é diferente: é de graça e ainda beneficia muita gente”, aprovou o suposto avô do menino, o pedreiro Carlos Roberto Barbosa, 61 anos.

Amanhã tem mais

Além do coordenador Marcus Vinícius, este primeiro dia da itinerância em Muritiba contou com a atuação das defensoras públicas Guiomar Fauaze e Paloma Galvão, do defensor público Armando Fauaze e dos servidores de Salvador e Santo Antônio de Jesus.

Amanhã, 17, o atendimento da Unidade Móvel continua no mesmo local e horário: na Praça da Matriz (São Pedro), das 8 às 12h e das 13h30 às 16h.