COMUNICAÇÃO

“O corpo fala”: psicólogas alertam no ‘Eu Cuido’ quais são os sintomas que podem indicar transtornos mentais no ambiente de trabalho

01/09/2021 11:00 | Por Ingrid Carmo DRT/BA 2499
Foto: Ingrid Carmo (arquivo)

Assunto foi abordado durante o primeiro encontro coletivo do projeto “Eu Cuido” de Salvador, que já está com a agenda aberta para a realização dos acolhimentos e escutas individuais

Cuide-se e esteja sempre atento aos sinais que o corpo dá! Sintomas como tristeza, cansaço, desânimo, fadiga, preocupação, insegurança, isolamento, insônia ou sono demais, falta ou excesso de apetite, taquicardia e tremores são os mais comuns quando o assunto é traçar um diagnóstico dos transtornos mentais mais vistos no ambiente de trabalho.

Foi com este alerta e destacando a importância do autocuidado que as psicólogas da Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA iniciaram o primeiro encontro coletivo do projeto ‘Eu Cuido (de mim, de você e do mundo)’ em Salvador e que reuniu, na tarde da última sexta-feira, dia 27, defensores(as) públicos(as), servidores(as) e estagiários(as) de forma virtual e acolhedora para falar sobre a saúde mental. O encontro foi transmitido pela plataforma Zoom e contou com o apoio da Escola Superior da Defensoria – Esdep.

“O corpo fala. É preciso estar atento aos sintomas, olhar para dentro, conhecer a si mesmo e reconectar sempre que preciso. E é por isso que estamos aqui: para atuar com toda a ética e sigilo da nossa profissão e oferecer um espaço de escuta através deste projeto tão dinâmico e que tem o acolhimento como palavra-chave”, explicou a psicóloga Naylana Santos.

E foi bem no Dia do(a) Psicólogo(a) – 27 de agosto – que Naylana e suas colegas Carolina Rebouças, Girlane Aragão e Lucivone Carneiro fizeram jus à profissão e colocaram-se à disposição para, além destes encontros coletivos mensais, realizarem as escutas e acolhimentos individuais aos defensores públicos, servidores e estagiários de Salvador que precisem.

“Quem atua na capital e sentir que necessita de um acolhimento individual já pode enviar e-mail para eucuidosalvador@defensoria.ba.def.br e solicitar o agendamento”, informou a assistente social Vaneicia Moura, que também participou do encontro e atua na Coordenação de Administração de Pessoal – CAP da DPE/BA.

Conceitos e dever de casa

Além da descrição dos sintomas que acendem o alerta sobre possíveis adoecimentos do ser humano, este primeiro encontro coletivo e de apresentação do projeto Eu Cuido em Salvador também abordou conceitos da psicologia, abordagens, transtornos mentais mais comuns – depressivos, de ansiedade e a síndrome de Burnout, sentimentos, emoções e pensamentos e, no final, teve até dever de casa.

“Já temos uma tarefa de casa: quem ainda não assistiu, assista ao filme Divertida Mente, que fala das cinco emoções básicas – alegria, tristeza, medo, raiva e nojo, que são fundamentais para o funcionamento do nosso organismo”, adiantou a psicóloga Alessandra Matos, que trouxe a experiência de ter iniciado o projeto na sede da 1ª Regional da Instituição, em Feira de Santana.

E sabe aquela ideia que é comum ouvir por aí de que psicólogo é para louco? A também psicóloga Girlane Aragão ressaltou que isso não é verdade e que, muitas vezes, a terapia pode prevenir alguns adoecimentos psíquicos, uma vez que leva os pacientes a refletirem sobre como a maneira que cada um enxerga o mundo pode influenciar no comportamento, nos sentimentos e nos pensamentos.

“A terapia serve não só para cuidar do que já existe, mas para prevenir o que ainda não aconteceu. E é isso que queremos no Eu Cuido Salvador: cuidar da saúde mental, prevenir o aparecimento destes sintomas no público interno da Defensoria e, caso seja necessário, viabilizar o acesso à psicoterapia para aqueles que precisem”, afirmou a psicóloga.

Resumindo tudo que viu e ouviu em apenas uma palavra [encantada], a subdefensora pública geral, Firmiane Venâncio, teve a resposta que precisava sobre o quanto foi acertada a sua iniciativa de trazer o Eu Cuido para Salvador e, quem sabe, poderá servir de motivação para que as unidades da Instituição no interior também possam replicar o projeto.

“Estou, realmente, encantada! A Defensoria não poderia ter iniciativa melhor, principalmente em meio a essa pandemia do novo coronavírus que trouxe tantos medos e incertezas para cada um de nós. Eu sei dos efeitos positivos que uma terapia traz”, contou a subdefensora-geral, que aproveitou para parabenizar as psicólogas pelo dia, pela disponibilidade e por dividir o conhecimento neste e nos muitos encontros do ‘Eu Cuido’ que vêm por aí.