COMUNICAÇÃO
Ouvidoria Cidadã da Defensoria debate a gordofobia com movimentos sociais
Roda de conversa on-line com o tema “Precisamos falar sobre a gordofobia, porque o corpo ideal é o seu!" contou com ativistas do movimento gordo, apresentação cultural e debate com o público.
Mulheres lindas, potentes, empoderadas e cientes de seus direitos participaram da roda de conversa que a Ouvidoria Cidadã da Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA promoveu na segunda-feira, 08, para conversar sobre o preconceito contra as pessoas gordas. De acordo com o Ministério da Saúde, 51% dos brasileiros têm sobrepeso e a ideia da Ouvidoria foi ouvir pessoas que vivenciam a gordofobia para pensar em políticas públicas inclusivas para essa população.
“Ser gordo não é sinônimo de doença. Obesidade, sim. É preciso saber separar. A minha gordura não deve te incomodar. Sou tão bela e tão importante quanto quem é magrinha, altinha… O melhor padrão é viver e ser feliz e respeitar a diversidade!”, enfatizou a ouvidora-geral da Instituição e mediadora do evento, Sirlene Assis.
De acordo com Adriana Santos, coordenadora nacional do movimento Vai Ter Gorda e servidora da Defensoria – que provocou a Ouvidoria Cidadã a realizar esse debate – o evento é um ato de “resistência” e é importante colocar essa temática na pauta feminista. “Somos pioneiras nessa discussão, que sai de Salvador, vai para a Bahia e o Brasil. É muito bom falarmos sobre nós”, comentou.
“Acho que o nosso papel é de escuta. Precisamos desse espaço da Ouvidoria para construir relações mais horizontais dentro da Defensoria. Isso é revolucionário para a nossa atuação”, considerou a defensora pública Amabel Mota, do Núcleo de Defesa das Mulheres – Nudem, da DPE/BA. Para ela, é importante que os movimentos sociais provoquem a Defensoria e que as pessoas que sofrem gordofobia, por exemplo, mostrem suas vivências, pois isso ajuda o defensor público a instrumentalizar as atividades, construir as atuações políticas ou as ações judiciais necessárias.
Além de tratar sobre questões como acessibilidade, políticas públicas inclusivas, padrões de beleza, dificuldade de encontrar parceiros e preconceito explícito/velado, a conferência virtual trouxe momentos de discussão com o público e também de libertação, com o canto e magia da compositora, cantora e bailarina baiana, Aila Menezes.
Na ocasião, Aila entoou a música Fat gata (Gata gorda), de sua autoria, que traz frases como “tá por fora ditadura da magreza, sou gostosa, gorda, sou plus size. (…) Saia dessa de falar tanta besteira para me ofender em rede social”. Cantou também “Alma feminina”, música de sua autoria, também interpretada por Daniela Mercury e encerrou a roda de conversa da Ouvidoria exaltando o amor próprio com a canção “O que é o amor”, de Arlindo Cruz.
Participaram do debate também a jornalista, ativista e criadora de conteúdo Aila Menezes; a advogada e representante do Coletivo da Obesidade Neia Almeida; a artesã e representante do movimento gordo da Bahia, Sandra Priscila e a defensora pública Camila Andrejanini.
O vídeo da roda de conversa já está disponível no Youtube da Defensoria da Bahia!