Com grande parte do auditório ocupado, a Ouvidoria da Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA promoveu reunião com a sociedade civil para dialogar com as organizações da sociedade civil sobre o direito aos serviços dos trens e sua ampliação, além de abordar o projeto de implementação do Veículo Leve sobre Trilhos – VLT, proposto pelo Governo do Estado.

Realizado nesta quinta-feira, 23, no auditório da Escola Superior da Defensoria Pública – ESDEP, o evento contou com a participação de movimentos sociais e de representantes dos órgãos públicos, abrindo espaço para o debate e para a construção do Fórum em Defesa do Trem do Subúrbio. Uma das principais queixas dos moradores do Subúrbio, presentes no evento, foi a falta de diálogo com o governo estadual, que apresentou o projeto de implementação do VLT sem debater o assunto com a comunidade. Raimilton Carvalho, militante do Movimento Cultural do Subúrbio e residente do bairro, ressaltou que o trem é a maior referência cultural da região. "Excluir o trem significa excluir parte da identidade dessa região do Subúrbio Ferroviário de Salvador", disse.

O professor e dirigente do Movimento Sem Teto da Bahia, Pedro Cardoso, também sentiu falta do diálogo com o governo. "O projeto nos foi apresentado sem debate e por isso estamos aqui, juntamente com os movimentos sociais e com a Defensoria Pública para tentar um diálogo mais aberto e que beneficie toda a população que utiliza os trens do Subúrbio", afirmou. O coordenador do Movimento Trens de Ferro, Gilson Vieira, reforçou a ideia de revitalização dos trens passageiros de Salvador. "Há 30 anos lutamos pelo resgate desses trens pois sua revitalização é inerente a sobrevivência de diversas famílias que vivem nas adjacências do sistema ferroviário", declarou.

Também estiveram presentes no evento o representante do Sindicato dos Rodoviários, Pedro França; a conselheira de cultura, Ana Valesca; o vereador municipal, Hilton Coelho, o Movimento Verde Trem, entre outras entidades presentes. O evento contou ainda com a participação do historiador Robério Souza, que aproveitou o momento para fazer o lançamento do seu livro Trabalhadores dos Trilhos: Imigrantes e nacionais livres, libertos e escravos na construção da primeira ferrovia baiana (1858 – 1863).