COMUNICAÇÃO
Palestra discute compromisso de agentes públicos e eficiência das organizações
A exposição foi feita pelo professor Eugênio Mussak, que abordou questões como competência, motivação, atitude e ética
"Por que você trabalha aqui? O que motiva você a trabalhar na Defensoria Pública da Bahia?". Foi com esse questionamento que o escritor, professor e conferencista, Eugênio Mussak iniciou sua palestra no último dia 18 (sexta-feira). Com a temática "Compromisso de agentes públicos com o fortalecimento e a eficiência das organizações", Mussak discutiu os desejos e as necessidades de trabalhar, abordando questões como competência, motivação, habilidade, atitude, conhecimento e ética. O evento fez parte das comemorações da Semana da Defensoria.
De acordo com o palestrante, é preciso buscar motivação para desempenhar nosso trabalho, e a motivação só surge se conseguirmos responder a pergunta feita inicialmente: "É possível encontrar prazer no trabalho? Sim, é tão possível quanto necessário. O primeiro prazer que tenho relacionado ao meu trabalho é o orgulho, e no caso do defensor público, isso é relativamente fácil de obter, pois vocês ajudam a fazer a justiça deste país, a melhorar a dignidade das pessoas".
"Precisamos sentir orgulho do lugar em que trabalhamos e do trabalho que desempenhamos. Também é necessário sentir-se importante por estar fazendo determinado trabalho. A isso chamamos de realização. Não podemos nem devemos trabalhar só pelo salário, precisamos ser felizes no trabalho", disse Mussak. Ainda segundo ele, os profissionais precisam ter competência e motivação, mas precisam ainda estar alinhadas por um mesmo espírito de equipe, pois fazem parte de uma instituição. É importante também o sentimento de pertencimento, se sentir pertencente a um grupo, pois um grupo desunido se torna enfraquecido.
RESPEITO E BOM HUMOR
"Precisamos de mais relações humanas, de uma verdadeira equipe agregadora. Nenhuma organização se faz com uma pessoa só. As relações humanas são extremamente importantes, para que todos compartilhem conhecimento. Além disso, o clima organizacional é de suma importância. Ninguém gosta de trabalhar em um ambiente onde o clima não é bom, e o clima não é bom quando falta respeito e bom humor. É preciso ter respeito com os demais e saber dar um sorriso", pontuou o palestrante.
Eugênio Mussak também abordou a questão da competência: "Entende-se por competência a capacidade de atingir resultados. Não há trabalho sem resultados, sejam eles bons ou ruins. Quanto maior ou melhor for o trabalho que eu fizer, com o menor recurso possível, mais competente eu serei. E não é que temos que gastar pouco recursos, mas sim, utilizar bem esses recursos. E por falar em recurso, preciso citar um que é o único que não podemos recuperar: o tempo. O tempo é um patrimônio que tem que ser muito bem utilizado".
Na opinião do educador corporativo, uma organização, pública ou privada, será tão ou mais competente, na medida em que mais competente forem as pessoas que a integram. Para Mussak, o conhecimento pode ser transferido se o ambiente for bom e saudável, onde haja o prazer de ensinar e o de aprender: "Quando as pessoas colaboram umas com as outras, a instituição cresce e se fortalece".
ATITUDE
Sobre atitude no trabalho, Mussak declarou: "Atitude é o querer fazer. Quem não tem atitude, não está empenhado e, hoje, atitude é o que realmente falta. Tem gente que acha que está só carregando pedras e tem gente que tem certeza que está construindo catedrais. Essa é a diferença da pessoa com atitude e a sem atitude, sem empenho, sem vontade de trabalhar, de desempenhar o seu papel da melhor forma possível".
Em sua palestra, o educador também abordou a ética no ambiente de trabalho. Conforme ele, não há nada mais perigoso do que alguém competente sem valores morais, porque certamente vai usar sua competência para produzir o mal. Ainda de acordo com o mesmo, as organizações devem deixar de discutir o que podem ou não fazer, mas o que devem fazer.
Mussak encerrou a palestra falando de alma, paixão e entrega ao trabalho. "Há profissionais que estão apenas fisicamente presentes, mas suas almas não. E nossa alma está naquilo que a gente considera ser nossa missão. Muitas pessoas estão presas fazendo um trabalho que não gostam, que não acreditam, porque suas almas não estão ali. Uma organização sem alma é uma organização cadáver, fadada ao fracasso.
Para a defensora pública geral da Bahia, Célia Padilha, a Semana da Defensoria foi, acima de tudo, uma semana de indagações maiores e reflexões mais profundas. "Cada um de nós é parte desta instituição e, se nós quisermos que ela avance, que ela se consolide, que a sociedade acredite mais na nossa organização, é necessário que, antes, a gente acredite e confie nela. Tudo depende de nós, do que nós queremos, do que nós projetarmos para nossa instituição. Precisamos trabalhar mais e melhor naquilo que queremos, naquilo que sabemos e naquilo em que acreditamos", concluiu.