COMUNICAÇÃO

Parceria com a Fundação Cidade Mãe beneficiará jovens infratores

01/09/2009 0:27 | Por

Centenas de jovens infratores a espera de uma oportunidade de pagar suas dívidas junto à sociedade. Esta foi a situação na apontada pela presidente da Fundação Cidade Mãe, Sydney Nely Alves, em reunião realizada na sede da Defensoria Pública, na Pituba na manhã desta segunda (31). Na ocasião, foi apresentada a proposta da Central de Medidas Sócio Educativas em Meio Aberto - CMSE, que há quatro anos funciona na Fundação, buscando proporcionar caminhos para a reinserção de jovens no convívio social. A Defensoria será a primeira instituição jurídica a abraçar esta parceria, unindo-se a apenas duas instituições em Salvador que já assumiram o compromisso: Conselho Regional de Serviço Social (CRESS) e a Fundação Pierre Verger.

A Central tem o papel de buscar instituições que recebam adolescentes em cumprimento de medidas sócio-educativas de Prestação de Serviços à Comunidade (PSC). Os jovens são encaminhados a estes parceiros, onde executam atividades administrativas de acordo com a demanda da organização. "O objetivo é que eles possam receber responsabilidades, se sentir úteis e valorizados, o que contribuirá imensamente para sua recuperação", pontuou a presidente da Fundação Cidade Mãe, que este mês completa 14 anos de atuação em Salvador e dá o exemplo. "Já temos seis jovens que trabalham junto a nós na administração e outros que trabalham também em outras unidades nossas, ou em atividades realizadas pela Fundação", diz.

Na Defensoria, a proposta foi abraçada com entusiasmo pela administração geral, que já sinalizou a "contratação" inicial de 15 jovens do programa. "Consideramos que uma instituição de acesso à justiça como a Defensoria não pode se eximir desta responsabilidade junto a estes jovens que tem direito à segunda chance, à ressocialização, que é uma de nossas maiores bandeiras", pontuou a defensora geral, Tereza Cristina Ferreira. Segundo a assessora jurídica da Fundação, Nádia Husein, que também participou da reunião, um dos grandes entraves nesta proposta é o preconceito. "Temos outros parceiros que recebem estes jovens, mas que não querem assumir o compromisso com eles, formalmente, não querem se responsabilizar pela continuação da parceria por acharem que os jovens não conseguirá se recuperar, o que prejudica o cumprimento da medida por parte do adolescente", explica.

Até o final deste mês, será formatado o Termo de Parceria a ser assinado entre ambas as instituições, com previsão para início da inserção dos jovens na Defensoria, no início de outubro. Eles serão supervisionados pelos subcoordenadores de cada Especializada, trabalharão em um regime de 8h semanais e terão acompanhamento psicossocial por parte de equipe da Fundação Cidade Mãe.O Termo terá duração de um ano.

A reunião contou com as presenças do subdefensor geral, Clériston Cavalcante, da coordenadora executiva da Capital, Carmen Novaes e do subcoordenador da Especializada da Criança e Adolescente, Antonio Cavalcanti.