COMUNICAÇÃO

Passagem da Unidade Móvel por Maracás registra 124 atendimentos e deixa famílias esperançosas pelo retorno

14/09/2023 16:19 | Por Lucas Fernandes DRT/BA 4922

Acordos, mediações, divórcios, alterações de nome e exames de DNA foram os serviços mais buscados na terra do frio, das flores e do vanádio

Maracás, terra do frio e considerada por muitos como “a Suíça baiana”, esquentou durante a passagem da Unidade Móvel da Defensoria Pública da Bahia pela cidade. Em mais um itinerante da UMA pela estrada baiana, a DPE/BA registrou 124 atendimentos nos dois dias em que esteve a serviço do povo maracaense, nos dias 12 e 13 de setembro.

Exames de DNA para investigação de paternidade, alterações de nome e gênero nos registros civis e várias mediações e acordos foram feitos pela Defensoria durante a estada na cidade. De acordo com a defensora pública Cristina Ulm, coordenadora do Núcleo de Atuação Estratégica- NAE e responsável pela Unidade Móvel, a sensação que fica é de dever cumprido.

“Sensação de termos feito a diferença na vida das pessoas. Fizemos muitas mediações, divórcios, e, inclusive, a adequação de nome e gênero de duas pessoas transsexuais. O que importa é isso: nós chegarmos e modificarmos a vida das pessoas”, destacou Cristina Ulm.

O “caminhão dos direitos” também contou com a participação da defensora Marina Ramos Ferreira e de uma equipe com cerca de 15 servidores e servidoras que atuam em Salvador. As defensoras recepcionaram o vice-prefeito de Maracás, Samuel Nascimento, além da secretária de educação, Adineide Santos. Na oportunidade, houve a entrega de ofício solicitando a adesão do município à divulgação da Ação Cidadã Infância Sem Racismo e do livro de minicontos antirracistas “Nossa Querida Bia” na rede municipal de ensino.

DNA pós-morte

Uma das histórias mais comoventes foi a da Jhenyfer, garota de 9 anos que ficou órfã. O pai faleceu quando ela ainda era bebê e a mãe faleceu há três anos. A família paterna foi até a Defensoria fazer o exame de DNA pós-morte para confirmar o vínculo genético e colocar o nome do pai no registro da garota.

Após o exame, o avô, seu João Santana, pretende lutar pela guarda da neta. Segundo a família, a menina está confusa, porque vive transitando entre casas de parentes, entre família materna e paterna, e não fica em um lugar fixo. “Dúvida a gente não tem, mas queríamos uma comprovação para fazer algo a mais por ela. Queremos ficar com ela”, explicou a tia da Jhenyfer, a cozinheira Ivonir Santana.

Para eles, o atendimento da Defensoria foi uma chance única de conseguir confirmar a paternidade e buscar a guarda para Jhenyfer sentir que pertence a algum lugar.

A Carla Silva também buscou o exame de DNA pós-morte, pois o suposto pai do pequeno Enzo faleceu de covid-19 há dois anos, antes de fazer o registro da criança. Ela está desempregada e cuida da casa e de outros três filhos. 

Ela foi com o irmão do suposto pai e com o garoto para fazer o exame. Agora, aguarda o retorno da Defensoria a Maracás com o resultado. Caso seja positivo, o passo seguinte é colocar o nome do pai no registro do Enzo e receber a ajuda da família paterna.