COMUNICAÇÃO
Pelos seus Direitos – Bruno Vitório, usuário da Defensoria desde que nasceu, tem sua casa transformada em home care
A Defensoria conseguiu tratamento integral para a criança, que nasceu com asfixia perinatal grave. Hoje, aos dois anos, Bruno é tratado em casa, onde foi instalada home care
Desde que nasceu, em 2022, Bruno Vitório Pereira de Souza precisou da assistência jurídica da Defensoria Pública da Bahia. Seu pai, José Ronaldo de Souza, procurou a sede da DPE de Juazeiro, no Norte do Estado, para a obtenção de vaga em UTI neonatal, depois que o filho sofreu complicações no parto e foi diagnosticado com asfixia perinatal aguda grave.
Por ser medida urgente, com risco de morte, a Defensoria fez primeiro uma intervenção extrajudicial. Dois dias após o pai ter procurado a DPE, a Justiça concedeu tutela provisória de urgência, transferindo o recém-nascido para uma UTI neonatal. Bruno foi transferido para o Hospital Estadual da Criança, em Feira de Santana.
Depois de obter os cuidados hospitalares necessários, os familiares retornaram à DPE, informando que Bruno Vitório precisava dar continuidade ao tratamento em casa, via internação domiciliar. Naquela fase, o bebê precisava sair do ambiente hospitalar, onde acabava exposto a riscos, bem como para garantir o direito de conviver com a família no lar.
Bruno havia feito uma traqueostomia, tinha complicações no pulmão e precisava de ventilação mecânica. Assim, a Defensoria ajuizou ação para a instalação de home care para a criança. No mês seguinte, a tutela foi deferida pelo juiz.
Acontece que a empresa contratada para a instalação do home care sinalizou que a residência não apresentava condições de estrutura e higiene para todos os aparelhos, profissionais e cuidados referentes à internação hospitalar, de modo que não poderia oferecer o serviço. Sendo assim, e diante da falta de condições financeiras da família, que se resumia ao salário do pai, trabalhador rural, a Defensoria requereu a qualificação da estrutura do domicílio da criança, a permitir a instalação do home care. A Vara da Infância atendeu o pedido e a reforma, então, foi realizada.
“O tratamento em domicílio perdurará por tempo indeterminado. A Defensoria Pública, como instrumento de acesso à justiça, vem conseguindo obter o custeio de todo o tratamento indispensável à criança”, afirmou o defensor público que atuou no caso, André Cerqueira.
Sobre o drama vivido pela família, o pai da criança, José Ronaldo Souza, conta que o bebê só pôde ir para casa um ano e meio depois de nascido. “Hoje meu filho está em casa. Ele está bem. Precisa de cuidados, claro, mas está melhorando pouco a pouco. Eu agradeço muito à Defensoria, muito mesmo. Do início ao fim. Sem a Defensoria, Bruno não estaria vivo”, relata.
Pai de outros dois filhos, José Ronaldo informou que a reforma feita na casa, após intervenção judicial, foi completa, com colocação de cerâmica, instalação de forro, reconstrução do muro, pintura geral e instalação de ar condicionado no quarto da criança. Atualmente, profissionais de saúde se revezam no cuidado do bebê 24 horas. “Uma vez por semana, vem o médico e a fonoaudióloga. A fisioterapeuta vem todo dia. Bruno recebe medicamentos, fraldas, leite, lenço, tudo que tem no orçamento previsto na justiça, ele recebe”, disse.
A servidora Vitória Souza, que auxiliou no caso, afirma que o caso Bruno é representativo das lutas das famílias de baixa renda, que precisam se movimentar para conseguir acesso aos seus direitos, sendo a Defensoria Pública uma instituição projetada como instrumento que viabiliza a transformação.
Bruno faz parte da campanha anual da Defensoria Pública. Com o intuito de mostrar à sociedade a importância e relevância dos serviços oferecidos, a Defensoria Pública da Bahia (DPE/BA) lança a campanha “Com você, pelos seus direitos”. Ela tem o objetivo de mostrar o quanto o acesso à justiça é um instrumento de transformação na vida da população, principalmente para quem está em situação de vulnerabilidade. No decorrer do ano, traremos diversas histórias mostrando cidadãos e cidadãs que precisavam de acesso a direitos básicos e essenciais, como saúde, educação, transporte público, dentre tantos outros, mas que só mudaram seus destinos, a partir da Defensoria. Com você, pelos seus direitos!