Vinte e duas mulheres de diferentes comunidades de Salvador receberam o título nesta sexta-feira, 18

A primeira turma do Curso de Defensoras Populares da Defensoria Pública do Estado da Bahia teve a formatura nesta sexta-feira, 18. A solenidade, realizada no auditório da Escola Superior da Defensoria – Esdep, apresentou à sociedade 22 mulheres que adquiriam conhecimentos sobre direitos para ajudarem outras mulheres em suas comunidades na luta pela igualdade de gênero. O curso foi realizado pela Esdep.

O Curso de Defensoras Populares oportuniza a formação de lideranças populares, capacitando-as para que encaminhem suas demandas automaticamente. Um dos objetivos do curso é fazer com que essas mulheres conheçam os seus direitos, saibam vindicá-los, apliquem esses saberes em suas comunidades e os multiplique. Um dos assuntos mais abordados no Curso foi a violência doméstica. As 22 formandas receberam instruções sobre a Lei Maria da Penha, as localizações das DEAMs em Salvador, como proceder em caso de abuso e como direcionar outras vítimas.

A defensora pública Firmiane Venâncio, diretora da Escola Superior da Defensoria, disse estar maravilhada com o resultado: "Superou todas as expectativas. Estamos formando 22 mulheres que, durante um ano e três meses, foram capacitadas com módulos teóricos e práticos, abordando temas como igualdade de gênero e violência contra a mulher. Alguns temas elas mesmas solicitaram, pois são demandas das suas comunidades".

Para o defensor público geral do Estado, Clériston Cavalcante de Macêdo, o sentimento da Defensoria Pública é de alegria e responsabilidade por mais essa conquista baiana, e em particular, soteropolitana. "É uma alegria ter viabilizado esse curso de formadoras de direitos. Agora temos 22 mulheres capacitadas a levarem às suas comunidades os conhecimentos adquiridos ao longo desse ano. E é uma responsabilidade pela formação dada a elas por defensores e defensoras, universidades e visitas guiadas. É um momento histórico para a defensoria pública e para a ESDEP. Espero que seja a primeira de várias turmas de defensoras e defensores populares que formamos", destacou.

A ouvidora-geral da DPE/BA, Vilma Reis, também estava presente no evento. "Esse é o meu sonho de defensoria pública: uma defensoria aberta, que dialogue com a sociedade civil de verdade. Essas mulheres já são lideranças em suas comunidades e queremos que elas ocupem esses espaços, pois as instituições são públicas e precisam se comportar com tal. A população pode sim, aprender os conteúdos jurídicos e ampliar suas possibilidades de acesso à justiça", comemorou.

Para a formanda Mary Jane Lopes, 46 anos, da comunidade dos Barris, o curso lhe deu mais conhecimento para desempenhar sua liderança no bairro em que mora. "Estou me sentindo realizada. Pude esclarecer muitas dúvidas e agora em diante espero colaborar mais com a sociedade. Eu já faço algumas reuniões com as mulheres da minha comunidade e indico o curso para que elas façam no próximo ano", ressaltou.

Já para Lindinalva Santos, da comunidade de Paripe, formanda e também oradora da turma de defensoras populares, a sensação é de dever cumprido. "Agora, com maiores conhecimentos, a gente vai multiplicar cada vez mais, socializar as ações da Defensoria e dos órgãos que nós sabemos que temos direito", assegurou.

Sobre a abertura de novas turmas, Firmiane Venâncio afirmou que está animada: "Já temos uma lista de espera com mulheres interessadas no próximo curso. Estamos reformulando os módulos, para atingir um número maior de mulheres e trabalhar mais conteúdos".

Além da diretora da Esdep e do defensor público geral, Clériston Cavalcante de Macêdo, também compuseram a Mesa Diretora da solenidade de formatura a ouvidora-geral, Vilma Reis; a corregedora-geral, Maria Auxiliadora Teixeira; o assessor especial do governador da Bahia, César Lisboa; a secretária de Política Para as Mulheres, Olívia Santana; e a oradora da turma, Lindinalva dos Santos. O evento contou ainda com a apresentação poética do grupo Sarau da Onça.