COMUNICAÇÃO

Projeto Acolher aborda a ótica do Serviço Social na esfera da criança e do adolescente

28/04/2016 18:13 | Por Luciana Costa - DRT 4091/BA (Texto e fotos)
O próximo encontro será no dia 25 de maio

Com a temática A criança e o adolescente em situação de rua sob o enfoque do Serviço Social, a assistente social Liane Monteiro Amaral, foi a responsável por ministrar o encontro do Grupo de Estudos do Projeto Acolher, da Curadoria Especial da Defensoria Pública da Bahia – DPE/BA, que aconteceu nessa quarta-feira, 27, na Escola Superior da Defensoria Pública do Estado da Bahia – ESDEP.

“A complexidade do problema da criança e do adolescente em situação de rua no país é grande. Ainda temos que duelar com a abrangência do território brasileiro e as dificuldades de um mapeamento efetivo, o que acaba dificultando a execução de políticas públicas”, explicou a assistente social Liane Amaral.

Durante a palestra, Amaral chamou atenção para a necessidade de fortalecimento do Sistema Único de Assistência Social – SUAS. O SUAS abarca a oferta de benefícios assistenciais contribuindo para a superação de situações de vulnerabilidade. Também gerencia a vinculação de entidades e organizações de assistência social ao Sistema, mantendo atualizado o Cadastro Nacional de Entidades e Organizações de Assistência Social e fornecendo certificação a entidades beneficentes.

A importância de conceder liberdade, autonomia e voz à criança e ao adolescente também foi destacado pela assistente social que atentou para a necessidade do profissional dessa área se despir dos valores e explorar o mundo com o olhar do outro. “Não podemos achar natural encontrar na rua duas crianças dormindo agarradas por causa do frio”, disse Liane.

A bacharelanda em Gênero e Diversidade pela UFBA, Rebeca Gomes Alvim, emitiu sua opinião sobre pesquisas apontarem que há um número maior de meninos do que meninas na rua: “As meninas não ficam mais em casa porque são belas, recatadas e do lar. Elas ficam mais em casa talvez porque a coerção psicológica seja tão grande que elas não veem outra oportunidade. Por mais que sofram violências físicas, sexuais ou psicológicas os opressores continuam dizendo que elas têm que permanecer em casa realizando trabalho doméstico”.

Já o assistente social Adson Bezerra, que participou como ouvinte da discussão, falou sobre o quanto é importante o envolvimento da sociedade civil na luta em defesa dos direitos. “Fazer revolução não é ficar no Facebook ou no WhatsApp fazendo texto para publicar. Nós temos que ser operários de chão de fábrica. Não dá para falar de Direitos Humanos se não conhecemos a realidade. Só conseguiremos mudar algo no momento que sairmos da zona de conforto e ir para o chão da fábrica. O nosso grande formador Marx diz que o que valida a teoria é a praticidade”, disse. O próximo encontro do Grupo de Estudos será no dia 25 de maio.