O hábito da leitura só traz benefícios para quem lê: desperta a criatividade, a atenção, e ajuda na aquisição de cultura e valores. E foi pensando em proporcionar esse bem-estar que a Defensoria Pública da Bahia entregou cerca de 1000 livros à Comunidade de Atendimento Socioeducativo (Case/Salvador), no bairro Tancredo Neves. A doação dos exemplares faz parte do projeto “Doe um livro e escreva uma nova história”, iniciativa da Defensoria que visa contribuir para o caráter pedagógico do cumprimento das medidas socioeducativas e favorecer a leitura entre adolescentes.

A proposta de doação surgiu com o defensor Bruno Moura, da Especializado da Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (DEDICA). “A ideia veio despretensiosamente, quando percebi que os adolescentes que cumprem medidas educativas precisavam de mais livros que pudessem favorecer o momento do aprendizado. Então conversei com alguns amigos, defensores e servidores da DPE para ajudar na captação dos exemplares”, explicou Moura.

A entrega dos livros, que teve a participação do defensor Bruno Moura e da subcoordenadora da DEDICA, defensora Maria Carmen Albuquerque Novaes, aconteceu na sala de informática do centro na tarde da segunda-feira, 16, junto a professores, gestores e alunos. A cada novo exemplar descoberto em meio às caixas, havia a certeza de que muito estava sendo contribuído para a educação dos jovens, como conta o diretor da Escola Municipal Professor Carlos Formigli (que funciona dentro da Case), João Copque.”Ganhamos um momento a mais com a aquisição desses livros, que vai fomentar a prática da leitura. Há muito interesse dos meninos em conseguir domínio com a interpretação, e nós apoiamos isso. Queremos que eles levem os livros para o alojamento e possam dar continuidade ao hábito de ler”, comemora o diretor.

Ainda de acordo com o defensor Bruno Moura, o momento é fundamental para ajudar na ressocialização dos jovens. “Não atuamos somente na hora do processo judicial, mas também no desenvolvimento dos jovens dentro da unidade, principalmente na formação do caráter, com o trabalho e a educação”, completa. “É uma proposta que reforça a multiplicação do conhecimento num momento importante na vida deles, que estão passando por medidas socioeducativas”, acrescenta Maria Carmen Albuquerque Novaes.A prática da cidadania durante e após a passagem pelo centro também fica garantida com mais essa ferramenta de conhecimento, como aponta a pedagoga Ana Lúcia Reis. “Os meninos ficam aptos ao hábito da leitura, sempre buscando acrescentar um novo conhecimento”. L.P, cumpre medida no Case há quase dois anos. Atento à leitura e ao universo do conhecimento, o jovem aprovou as doações. “É interessante, pois o conhecimento é tudo, e a única coisa que não podem tirar de nós”, conta.

Os livros paradidáticos são de literatura brasileira, como contos, biografias e histórias, além de títulos estrangeiros, e estão aguardando a finalização da obra da biblioteca do local para em breve poder servir a todos.

A Case

A Comunidade de Atendimento Socioeducativo (Case/Salvador) é um local onde os adolescentes que praticaram atos infracionais aguardam uma decisão judicial em regime de internação provisória, com cumprimento de medida socioeducativa de internação. A unidade oferece acesso à escola, oficinas profissionalizantes, de arte, cultura e esportes.