Os encontros do Grupo de Reflexão Masculino já começaram em Santo Antônio de Jesus (SAJ), inaugurando mais um ciclo do projeto de acolhimento, escuta e conscientização sobre conflitos familiares, masculinidade tóxica e possibilidades de mudança de atitude, desenvolvido pela Defensoria Pública da Bahia (DPE/BA). Ao todo, serão oito encontros, que acontecem mensalmente, na sede da Defensoria do município. A atividade envolve 13 homens, usuários da DPE/BA e com histórico de violência doméstica/familiar. A ideia é que o projeto vire uma política pública municipal e leve esse conteúdo e metodologia às escolas, sobretudo aos adolescentes, como forma de combater o machismo estrutural. A iniciativa já foi apresentada ao prefeito, à Câmara de Vereadores e à sociedade civil.

Durante os encontros, estão previstos diálogos sobre autocuidado masculino, sexualidade, educação em direitos e esclarecimentos sobre a Lei Maria da Penha. “Discutir esses temas, problematizar essas questões, ajuda na desconstrução de pensamentos machistas enraizados nos participantes e pode contribuir para a mudança de visão de mundo e comportamento”, afirmou a defensora Bianca Fantinato.

Ela explica que os homens participantes da atividade, em edições anteriores, tenderam a não reincidir no delito, o que representa um efeito positivo da ação. “Partimos do princípio de que o machismo é estrutural e a violência doméstica/familiar tem um componente cultural muito forte. Assim, precisamos dialogar diretamente com esses homens para impulsionar mudanças significativas e evitar a reiteração”, pontuou a defensora.

A ação tem metodologia lúdica e educativa, voltada à escuta qualificada, acolhimento e educação em direitos. A equipe de SAJ inclui dois defensores – Bianca Fantinato e Renan Borges -,  a assistente social  Sara Regina Oliveira e a psicóloga Mariana Santos.

MAIS LUGARES

Pelo menos mais três municípios baianos estão em processo de implementação do projeto Grupo de Reflexão Masculino. O planejamento e as discussões já estão avançados em Amargosa, Ribeira do Pombal e Brumado, de modo que os encontros devem começar nos próximos meses.

A interiorização da iniciativa é uma medida importante para o fortalecimento das práticas preventivas de violência contra a mulher, bem como para uma melhor compreensão do problema em seus multifatores, no contexto do Estado.

Desde a criação, em 2019, o projeto passou pelas cidades de Ipirá, Alagoinhas, Santo Estevão e Euclides da Cunha, além de Salvador.