Tornar o ambiente cada vez mais humanizado e próximo das pessoas que mais precisam, também é uma das missões da Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA. Partindo desse princípio, de forma lúdica, e por meio da arte, a Casa das Famílias I, e a Casa de acesso à Justiça I, idealizaram uma pintura em suas paredes, mais especificamente nas salas de espera, que conversa com seus assistidos enquanto eles esperam atendimento.

“Trazendo a arte para a DPE/BA, pensamos que o assistido possa se sentir no seu ambiente, como se fosse realmente a sua casa. Quando ele olha os desenhos pintados nesse painel da Casa das Famílias I, ele pode ver que existem vários tipos de família e que ele pode se identificar com alguma delas”, explicou o coordenador da Especializada Cível e Fazenda Pública, Gil Braga.

A coordenadora da Especializada de Família, Donila Fonseca, falou da extrema importância do assistido se sentir acolhido pela Defensoria. “Provocar o sentimento de acolhimento nos assistidos, fazê-los entender que a DPE/BA, é sim, o lugar de cuidados direcionados para eles, é prioridade para nós. Inclusive, nas pinturas feitas na parede, existe um lugar como um quadro negro, direcionado para que os assistidos participem também da arte já existente, fazendo o seu desenho e interagindo, uma vez que eles sempre comparecem com suas crianças. Temos também um lugar para que as crianças tirem fotos e possam compartilhar esses momentos com seus familiares e amigos”, pontuou  Donila Fonseca.

A coordenadora ainda continuou ratificando que “o que importa é que o assistido se sinta reconhecido e valorizado. Perceba que na pintura existe uma árvore que chamamos de árvore da diversidade. Nela são pintadas folhas de todas as formas todas as cores; isso simboliza o nosso dia a dia. Isso é lidar com todas as formas de família, e essa é a nossa realidade. Famílias com pessoas com deficiência, famílias homoafetivas, famílias interraciais, e até mesmo aqueles filhos que foram criados por parentes, como tios e avós, por exemplo. O intuito é que todos se reconheçam e entendam que o instrumento de justiça pertencente a eles, que é a Defensoria, seja mais que um local de mero atendimento; seja um lugar de acolhimento e de proteção”.

Parceria com a Escola de Belas Artes da UFBA

 O professor da Escola de Belas Artes da Ufba, Mike Chagas, considera que os painéis vão além de uma mera proposta artística. “Eu acredito que a natureza das duas instituições, tanto a UFBA quanto a Defensoria, são baseadas na afirmação da cidadania. As pinturas cumprem um papel mais educativo que decorativo visando um entendimento de temas que são fundamentais à sociedade, como saúde, lazer, direitos, bem estar social e principalmente o respeito à diversidade”, salientou Mike Chagas.

Os defensores Donila Fonseca e Gil Braga fizeram questão de ressaltar a parceria da Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia, destacando o empenho das pessoas que fizeram as pinturas, tanto na Casa das Famílias, quanto na Casa de Acesso à Justiça.

“A iniciativa da parceria conosco e a espontaneidade do pessoal da Escola de Belas Artes foi de uma boa vontade admiráveis. Nessas horas vemos que não estamos sozinhos e o nosso trabalho aqui na Defensoria se torna muito mais gratificante”, disse Gil Braga.

“Sem as pessoas da Escola de Belas Artes da UFBA esse projeto não seria viável. Eles vieram de forma gratuita e se doaram para realização desse trabalho, sendo muito humanos, inclusive. Eles compareceram até mesmo nos finais de semana por livre e espontânea vontade de ver o trabalho pronto para os nossos assistidos”, elogiou Donila Fonseca.