COMUNICAÇÃO

“Quem tem direito à festa na rua”? Novo episódio do Levante 129 tenta responder a pergunta

12/03/2024 9:45 | Por Rafael Flores - DRT/BA 5159

A advogada e ativista Daniela Portugal e o historiador Matheus Buente são entrevistados no podcast original da DPE/BA 

Em um país tão diverso como o Brasil, com suas múltiplas identidades, a vivência do carnaval também é diferente para cada indivíduo. Partindo da maior festa popular e de rua do planeta, o novo episódio do Levante 129 – o podcast original da Defensoria, está disponível e traz a pergunta “Quem tem direito a festa de rua?” como condutora. 

Ouça o #EP 22 – Quem tem direito a festa de rua? no Spotify

Neste episódio do Levante 129, a Defensoria Pública do Estado da Bahia proporciona uma reflexão profunda sobre o direito à festa de rua no Carnaval, destacando as diversas camadas de desigualdade e exclusão que persistem em uma das maiores celebrações do país. É um convite para repensar não apenas a festa em si, mas também as estruturas sociais que moldam nossas experiências coletivas.

Com apresentação da jornalista Rafaela Dultra e do estagiário de Jornalismo Leonardo Oliveira, a proposta de debate conta com ajuda dos conhecimentos da ativista Daniela Portugal e do professor e historiador Matheus Buente. Além dessas contribuições, alguns foliões opinaram diretamente dos circuitos carnavalescos em Salvador.

Integrando as fontes da reportagem especial, Daniela Portugal oferece insights essenciais, especialmente ao discutir as diferentes vivências entre homens e mulheres durante o Carnaval. Ela destaca as preocupações específicas das mulheres, que vão desde o medo de violência sexual até a necessidade de segurança ao ocupar os espaços públicos da festa.

“Qual é o medo de um homem no carnaval? ser assaltado, acabar se envolvendo numa briga e acabar sendo ali lesionado fisicamente. (…) O grande medo das mulheres no é ser vítima de uma violência sexual e isso interfere na festa da gente do começo ao fim, por exemplo, ter o receio de andar pelas ruas se você não tiver com outras amigas”, explica Daniela. 

Por sua vez, Matheus Buente contextualiza o Carnaval dentro do rico panorama das festas populares na Bahia. Ele desmistifica a ideia de que durante o Carnaval “somos todos iguais”, destacando as nuances sociais e estruturais que se manifestam, reforçando as disparidades sociais mesmo em um ambiente festivo.

“A gente tem um imaginário muito folclórico acerca da festa de Iemanjá, da festa do Bonfim, da festa de Itapuã, de Santa Bárbara, o carnaval… Tem muita coisa assim que é assim; ‘Ah, na rua, somos todos iguais!’, porque na hora que no estádio de futebol o Bahia faz o gol o empresário se abraça com o ambulante, porque na hora que o Vitória faz o gol todo mundo tá junto. Tudo isso é mentira, de maneira prática não é, os estádio de futebol tem setor, o carnaval, tem corda e tem camarote”, explicita Buente.

FICHA TÉCNICA

Coordenação: Arthur Franco

Apresentação: Leonardo Oliveira e Rafaela Dultra

Roteiro: Rafael Flores, Rafaela Dultra e  Thais Faria

Produção: Rafael Flores e Thais Faria

Reportagem Especial de Carnaval: Rafael Flores, Rafaela Dultra, Thais Faria e Leonardo Oliveira

Revisão: Moysés Suzart

Transcrição de Entrevistas: Emily Nery e Leonardo Oliveira

Edição e Finalização: Dedeco Macedo

Identidade Visual: Josué Dias e Aline Sales