COMUNICAÇÃO

Realização de exames de DNA post mortem vem crescendo na Unidade Móvel e foi destaque durante atendimento em Anagé

06/10/2017 21:08 | Por Ingrid Carmo DRT/BA 2499

Este tipo de exame é feito com o sangue ou a saliva dos parentes de primeiro grau - pais e irmãos - do suposto pai já falecido

“Faria este exame quantas vezes fosse preciso para reconhecê-lo como filho do meu filho”. Sem esconder a emoção de, finalmente, ter a chance de realizar o exame de DNA para reconhecer o pequeno F.L.B, de cinco meses, como “sangue do seu sangue”, a professora Marilene Trindade Santos aproveitou a visita da Unidade Móvel de Atendimento da Defensoria, nesta sexta-feira, 6, na cidade de Anagé. Chamado de post mortem, este tipo de exame de DNA vem crescendo nos atendimentos da Unidade Móvel e garantindo a oportunidade de reconhecimento de paternidade mesmo após a morte do suposto pai.

A atendente Arlene Santos, 25 anos, não sabia o que fazer para realizar o DNA post mortem, pois o suposto pai do seu filho faleceu quatro meses antes do nascimento. Assim que soube da Unidade Móvel na cidade, ela correu para saber o que era preciso fazer e avisou à professora Marilene. Logo cedo, lá estavam elas, com o pequeno F.L.B e o suposto tio para realizarem o exame. “Quando contei que estava grávida, ele quis fazer o exame, mas não deu tempo, pois ele faleceu em janeiro e o bebê nasceu em maio”, disse Arlene.

“Quando ela fez a ultrassonografia e descobriu que era um menino, pedi a ela que colocasse o nome dele no bebê. O sofrimento pela perda ainda é grande, mas só em carregar o filho dele nos meus braços e saber que sua história continua vai amenizando a minha dor. Quando carreguei ele no colo, pela primeira vez, foi como se estivesse segurando meu filho quando era pequeno”, contou a professora.

Assim como Arlene, muitos moradores de outras cidades por onde a Unidade Móvel já passou não sabiam o que fazer para realizar este tipo de exame de DNA, cuja coleta pode ser feita através do sangue ou da saliva. A solução é simples: basta fazer que nem a atendente e chamar parentes de primeiro grau – pais e irmãos –  do suposto pai falecido. Além dos documentos básicos, como RG, comprovante de residência, certidão de nascimento da criança, é preciso apresentar a certidão de óbito do suposto pai. O resultado fica pronto em, no máximo, 60 dias.

Importância e alcance

De acordo com a subcoordenadora da 2a Defensoria Regional – Vitória da Conquista, Jeane Meira Braga, e a defensora pública Kaliany Gonzaga, que também atua em Vitória da Conquista, são histórias assim que justificam a importância da Unidade Móvel.

“A Unidade Móvel é uma forma a mais de atuação da Defensoria Pública. É, realmente, a oportunidade de levar a Instituição a quem mais precisa ter acesso à justiça e conhecer seus direitos. Além disso, ela prova o quanto a Defensoria Pública é necessária em todas as comarcas da Bahia”, ressaltou Kaliany Gonzaga.

Contando com Anagé, a Unidade Móvel já atendeu a quatro cidades que fazem parte da área de atuação da 2a Regional e, de acordo com a subcoordenadora Jeane Braga, a intenção agora é tentar levar a Unidade para a zona rural. “Esperamos contar com a Unidade Móvel, em especial, na zona rural, pois a necessidade da população que mora lá é mais premente. Reconhecemos a sua importância, pois, com a sede fixa, não conseguimos alcançar todos os cidadãos que precisam e ela chega para aumentar o nosso alcance e nos leva até eles”, destacou a subcoordenadora.