COMUNICAÇÃO
Realizado 1º Encontro sobre os novos direitos da pessoa autista
Na tarde da última quarta-feira, 27, o primeiro encontro de conscientização dos novos direitos da pessoa que possui autismo foi realizado na sede da Defensoria, no Canela. A ocasião foi criada por consequência da nova lei nº 12.764/2012, que equipara as pessoas autistas às com deficiência, o que lhes garante mais direitos.
A oportunidade contou com a participação da defensora pública e subcoordenadora da Especializada de Direitos Humanos, Fabiana Almeida, da promotora de justiça Nidalva Brito, da psiquiatra Márcia Pinho, além dos pais que têm filhos autistas.
A discursão girou em torno das necessidades destas pessoas e da falta de atenção por parte do governo para com elas. Durante a reunião, mães e pais reivindicaram a falta de fornecimento de diversos remédios na rede pública e outros com data de validade vencida. "Sabemos das demandas não atendidas, da dificuldade que há em conseguir médicos especializados no Sistema Único de Saúde e medicamentos para o tratamento, então, é importante entender essas necessidades e desenvolver estratégias para solucionar essas demandas", afirma Fabiana Almeida.
A psiquiatra, Márcia Pinho, garante que essas pessoas precisam de tratamento e acompanhamento, o que pode ser proporcionado através da implantação do Centro de Referência, que, inclusive, já foi autorizada a construção desde o ano passado, mas ainda não começou a ser feito. "A questão não é só medicar, mas sim acompanha-los diariamente", salienta.
Patrícia Langman, 42 anos, é mãe de P. A. L., que tem 11 anos e foi diagnóstico como autista aos sete. Segundo Patrícia, até os dois anos de idade, o filho agia como qualquer outra criança. Todavia, começou a apresentar sintomas que não eram comuns às outras crianças de sua mesma faixa etária. Primeiramente, foi diagnosticado com retardo. E só no Hospital Santa Isabel, entre os sete e oito anos de idade, seu quadro clínico foi definido com autismo.
Para Patrícia "foi um choque" saber que o filho é autista. "Por conta dos exemplos que via na faculdade, eu queria que meu filho fosse tudo, menos autista", afirma. Observando o filho, Patrícia percebeu seus constantes movimentos repetitivos e sua fixação por água, que é uma característica de quem possui a disfunção global do desenvolvimento. "A partir dessa fixação por água, proporcionar atividades na piscina são fundamentais, pois ele se transforma de forma muito positiva, chegando até a interagir com outras crianças", ressalta.
Agredido em uma instituição de ensino que estudou, Pedro, atualmente, não está frequentando nenhuma escola, entretanto participa da Associação de Familiares e Amigos da Gente Autista - AFAGA, reconhecendo alguns números e letras. "Existem várias necessidades iniciais e as três frentes são: uma equipe para atuar junto à psiquiatra, medicamentos e a implantação do Centro de Referência para acompanhamento e tratamento das pessoas com autismo", afirma a defensora pública Fabiana Almeida.
Ao fim da reunião, ficou definido que a promotora Nidalva Brito irá solicitar à Secretária de Saúde o Termo de Cooperação Técnica para, em parceria com a Defensoria Pública, realizar uma audiência pública com a presença do secretário de saúde Jorge Sola, para cobrar a construção do Centro de Referência para pessoas com autismo.