Aos 27 anos, Patrícia Santana Ribeiro conseguiu realizar o sonho de uma vida inteira: alterar seu nome. "Tinha vergonha por ser chamada por um nome e ter que assinar outro", afirma a jovem. Registrada como Valdimeire pelo pai, ela sempre foi conhecida por Patrícia tanto pela família, quanto pelos amigos e conhecidos da cidade de Santo Antônio de Jesus. "Meus pais estavam se separando quando eu nasci e meu pai quis fazer uma homenagem pra minha mãe e por isso me registrou com um nome parecido com o dela. Só que o desejo de minha mãe era que eu me chamasse Patrícia, e como ela não aceitou o registro, que naquela época era feito pelo pai, sempre me chamou pelo nome que queria", explica Patrícia.

O que foi alegado diante do processo judicial é que Patrícia desde criança era conhecida por seu nome atual. Até os crachás dos antigos trabalhos traziam esse nome, e não o que constava nos documentos pessoais, assim como nas cartas enviadas pelos amigos e pela família. A defensora pública Guiomar Fauaze, subcoordenadora da 6ª Regional da Defensoria Pública, em Santo Antônio de Jesus, pegou esses documentos em que a assistida era tratada por Patrícia e apresentou à justiça, mostrando que a mesma é conhecida assim desde sempre.

"Com os documentos de trabalhos que ela tinha, facilitou o processo. Conseguimos o parecer do Ministério Público e a juíza responsável pelo caso reconheceu que ela realmente deveria se chamar Patrícia", afirma Dra. Guiomar. Para Patrícia, a atuação da Defensoria foi essencial para ter seu sonho realizado. "Foi de fundamental importância. Eu não tinha condições de pagar advogado, então era um sonho que eu achava que não ia conseguir realizar. E desde a primeira consulta na Defensoria eu me senti segura", declara Patrícia que complementa dizendo: "pra mim é uma vitória, uma conquista!".