Líderes comunitários do Barro Branco, Brejal, Boa Vista de São Caetano e Lobato foram atendidos, nessa terça-feira (02), pela Defensoria Pública da Bahia, na sede administrativa, em Sussuarana. Eles apresentaram o levantamento dos moradores da região que ainda não receberam os auxílios moradia e emergência, pagos pela Prefeitura às famílias afetadas pelas fortes chuvas. A instituição vem acompanhando a situação desde o dia 30 de abril, quando ocorreram os primeiros deslizamentos em Salvador.

Segundo a defensora pública Bethânia Ferreira, que atua na Prevenção, Mediação e Regularização Fundiária, o próximo passo é identificar os motivos pelos quais essas famílias não recebem os auxílios. Há casos em que a Defesa Civil de Salvador (Codesal) ainda não realizou a vistoria nos locais de risco; em outros casos, de acordo com os representantes das comunidades, as famílias deixaram de receber o pagamento sem qualquer notificação feita pela prefeitura – o que, segundo a defensora, não deve acontecer.

"A Defensoria vai garantir o direito aos auxílios para quem tem de recebê-los e não está recebendo. Para isso, é importante que a gente faça essa construção coletivamente", salientou a defensora ao solicitar um mapeamento exato – com endereço completo, fotos e vídeos – dos problemas enfrentados pela comunidade.

Representante da Comissão de Desenvolvimento Urbano da Assembleia Legislativa da Bahia, presidida pela deputada Maria Del Carmen (PT), o assessor técnico João Cabral também acompanhou a reunião. "A Defensoria vem tratando coletivamente dos problemas da comunidade e nós, juntos, estamos estruturando o acompanhamento da execução do trabalho das encostas e para onde essas pessoas vão", pontuou.

Para o representante de 73 famílias da região de Boa Vista de São Caetano, Francisco Coelho, tal acompanhamento representa "mais um instrumento de luta para que essas comunidades sejam amparadas. Hoje, temos certeza que vamos conseguir o nosso pleito de ter uma vida melhor, uma vida mais digna".