COMUNICAÇÃO

Reunião na Defensoria Pública define estratégias para reverter situação do Viver

22/06/2016 13:57 | Por CAMILA MOREIRA DRT 3776/BA (Texto e fotos)
Representantes da Ouvidoria, Comissão das Mulheres da Câmara, Ministério Público, Secretaria de Políticas para Mulheres, gabinete da senadora Lídice da Mata estiveram presentes na reunião

Depois de ouvir em audiência pública diferentes segmentos sociais sobre as dificuldades enfrentadas para manter em funcionamento o Serviço de Atenção a Pessoas em Situação de Violência Sexual – Viver, em decorrência da falta de funcionários, a Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA voltou a se reunir com representantes de diferentes instituições para garantir os próximos passos na tentativa de reverter a situação. Um ato simbólico para chamar atenção das autoridades responsáveis pelo serviço deverá acontecer no próximo dia 5 de julho, a partir das 10h, na sede da unidade localizada no Instituto Médico Legal – IML. Antes, no dia 29 de junho, será protocolada solicitação de audiência pública com o governador do Estado para tratar do problema. A solicitação será assinada conjuntamente pela Defensoria Pública, Ministério Público, Comissão das Mulheres da Câmara de Vereadores, Secretaria Estadual de Políticas para as Mulheres, entre outras entidades e grupos de defesa dos direitos da mulher.

Os problemas relacionados à manutenção do único serviço especializado no atendimento às pessoas vítimas de violência sexual na Bahia estão relacionados à insuficiência de profissionais que compõem as equipes do serviço e ao fechamento da unidade do Subúrbio. Com apenas um das suas unidades em atividade – o Viver conta atualmente com apenas nove profissionais entre psicólogos, assistentes sociais, médicos e enfermeiros. O ideal seria a formação de uma equipe com 55 pessoas, formada por médicos, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, advogados e apoio administrativo, atuando nas duas unidades – Barris e Periperi.

A situação do Viver, que é vinculado à Secretaria de Segurança Pública – SSP, está sendo acompanhada de perto pela Defensoria estadual, depois que familiares relataram os problemas decorrentes da falta de profissionais para atendimento. Na tentativa de resolver o problema extrajudicialmente, a DPE já instaurou, inclusive, Procedimento Administrativo para Apuração de Dano Coletivo – PADAC, pedindo a contratação de novos profissionais. Outra medida foi a realização de audiência pública, junto com a Comissão de Defesa das Mulheres da Câmara de Vereadores para discutir a situação juntamente com a sociedade civil.

NOTA RECOMENDATÓRIA

Durante a audiência pública da última segunda-feira, mais de 130 pessoas assinaram nota de apoio à Notificação Recomendatória que será expedida pela Defensoria Pública, a partir da Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente e da Especializada de Proteção aos Direitos Humanos. A Nota recomendará que o projeto Viver seja devidamente reestruturado através da contratação de pessoal qualificado para atuar na área jurídica, psicossocial, administrativa e de saúde, devendo ser assegurada contratação de profissionais em número suficiente para atender toda a demanda de modo a ofertar e manter o adequado atendimento aos usuários (pessoas em situação de violência sexual e seus familiares). Ainda sinalizará a necessidade de reabertura da sede do projeto Viver na região de Periperi, devendo haver contratação de profissionais qualificados também para o atendimento às crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos em situação de violência sexual, bem como seus familiares. Outra orientação diz respeito à capacitação dos profissionais de forma a atender tanto às vítimas quanto aos seus familiares. A realização de concurso efetivo para contratação dos funcionários do serviço também será incluída na Recomendação. A demanda foi apresentada por boa parte dos presentes à audiência pública. A Nota de Recomendação deverá ser entregue em audiência com o próprio governador.

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