Falou em cidadania? Falou em Defensoria! Na manhã desta terça, 20, a Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA participou da sessão especial em homenagem ao programa Corra pro Abraço, desenvolvido pela Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social – SJDHDS e que completa quatro anos de atuação na Bahia.

Durante o evento, a defensora pública Mônica Aragão destacou a atuação da Defensoria, que conta com uma equipe multidisciplinar para o atendimento à população em situação de rua, a equipe Pop Rua. “Este é um programa campeão de resgate da cidadania. Vivemos um momento delicado em nosso país e precisamos estar atentos e sermos fortes, pois, diante de tudo que está acontecendo, podemos dormir com nossos direitos e acordar sem eles. Porque as reformas não são propostas no sentido de incluir benefícios e não tirá-los? Porque não transformar o ‘Corra pro abraço’ em uma política pública? Este debate não termina aqui”, sugeriu a defensora pública.

Proposta pelo vereador Sílvio Humberto, a sessão foi realizada no plenário da Câmara Municipal de Salvador e, além da Defensoria Pública, contou com a participação de representantes da SJDHDS, do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime – UNODC, autoridades municipais e dos colaboradores e assistidos pelo programa Corra pro Abraço. “O nome do programa é extremamente simbólico e sugestivo e mostra o quanto as pessoas que fazem parte dele se importam com o outro. É gente que se importa com gente e, isso, faz toda a diferença. O ‘Corra pro Abraço’ traz um novo olhar, uma nova alternativa para se aproximar das pessoas que estão em situação de vulnerabilidade”, ressaltou o vereador Sílvio Humberto.

A ouvidora-geral da DPE/BA, Vilma Reis, que também participou do evento, destacou a necessidade de pensar nas verbas utilizadas em programas não sejam entendidas como custos. “O investimento em projeto deve a marca social do governo. É preciso potencializar estes investimentos e não trata-los como gastos. As políticas que mais dão certo são as que são feitas para essas pessoas que estão aqui. Vinda longa ao Corra pro Abraço”, desejou a ouvidora-geral.

“Antes do Corra eu vivia triste, sem esperança e usava substâncias psicoativas, que foram a minha derrota. O programa foi um divisor de águas em minha vida. Tive muito apoio e serviu como uma verdadeira mão amiga estendida quando eu mais precisava de um incentivo na vida. É como diz nossa música: ‘depois que eu vim pro Corra minha vida melhorou’”, contou o beneficiário Josuel de Jesus Oliveira, 53 anos, que cursa o 3º ano do ensino médio e busca uma oportunidade para voltar ao mercado de trabalho.

A sessão foi encerrada com a apresentação do espetáculo teatral “Negro Bom é Negro Vivo”, encenada pelo grupo Juntos pela Arte e Educação na Rua – JAER, formado pelos assistidos do programa. “Maloqueiro? Não! Eu sou ser humano com direito a alma e coração. Sou a rua. Morador de rua. Aprenda a viver na rua. A verdade é nua e crua”, diziam alguns trechos cantados pelos assistidos durante a apresentação.