O respeito à liberdade religiosa da pessoa idosa foi a temática que encerrou o ciclo de palestras do projeto Sala de Espera da Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA, na manhã desta quarta, 14, na Casa de Acesso à Justiça – CAJ I, no Jardim Baiano. O evento foi realizado em comemoração ao Dia de Combate à Violência a Pessoa Idosa (15 de junho) e contou com o apoio da Especializada em Proteção à Pessoa Idosa.

Para a defensora pública e subcoordenadora da Especializada em Proteção à Pessoa Idosa, Laise Carvalho, assim como o tema sobre violência patrimonial, abordado na palestra de ontem, a tolerância religiosa passou a ser assunto recorrente nos atendimentos da Defensoria. “É sempre importante que esses temas sejam apresentados para os familiares e a sociedade em geral, para que se possa refletir sobre o assunto, reconhecer e  respeitar a individualidade dos idosos para assegurar a eles a continuidade das atividades que sempre tiveram na vida adulta”, explicou a subcoordenadora.

A coordenadora de Promoção da Igualdade Racial da Secretaria da Promoção de Igualdade do Estado da Bahia – Sepromi, advogada Dandara Pinho, esclareceu aos presentes sobre o papel do órgão, do Centro de Referência Nelson Mandela, como buscar o atendimento e também explicou sobre os Estatutos de Promoção da Igualdade Racial do Estado e da Federação. “A gente conseguiu acessar um público bem diverso, com escolha religiosa diversa e com faixa etária diversa, o que faz com que a proliferação em prol da igualdade racial consiga, aos poucos, atingir o objetivo, que é levar a promoção da igualdade racial e a legislação antirracista a todas e todos”, avaliou a palestrante.

Para a cuidadora Miriam Santana, testemunha de Jeová, 55 anos, a palestra ajudou a entender quais são as obrigações e deveres em cuidar dos idosos e tratar bem pessoas de outras religiões: “amar o nosso próximo, como a Bíblia ensina, é também cuidar bem de nossos idosos e ensinar aos jovens que um dia eles também envelhecerão e, por isso, precisam tratar todos bem para serem bem tratados quando chegarem nessa idade”.

Já a professora e católica, Benedita de Almeida, 78 anos, aponta para a necessidade de mais eventos como esse. “Faz o tempo passar rápido e o povo aprende. É importante passar informação para o público. Os idosos ficam aquém da sociedade e, às vezes, são até renegados e os próprios familiares não passam as informações devidas e eles erram por não terem conhecimento”, destacou.

Segundo a assistente social da Especializada, Raisa Aquino, a ideia em abordar o assunto surgiu devido a crescente demanda acerca de esclarecimentos a respeito de questões de intolerância.  “ Achamos interessante abordar  temas que fosse além de questões de saúde e previdenciária, que abordasse o assunto de forma simples e leve, para que as pessoas entendam que se trata de uma questão de respeito. Embora tenha sido num momento onde se esteja aguardando atendimento, o tema prendeu a atenção de quem estava na sala. ”, avaliou.

O Projeto Sala de Espera tem o objetivo de oferecer palestras, informações de utilidade pública e educação em direitos para o cidadão baiano enquanto ele espera o atendimento na Defensoria Pública.

Confira mais fotos do evento no Flickr da Defensoria Pública da Bahia.