COMUNICAÇÃO
Santa Inês – exames de DNA e reconhecimento socioafetivo também marcam passagem da Unidade Móvel da Defensoria pela cidade
Dos 175 atendimentos realizados nos dois dias, as retificações de registro civil foram as mais procuradas, mas os casos de paternidade também foram registrados
Se as retificações de registros civis foram as mais procuradas durante a visita da Unidade Móvel de Atendimento da Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA à cidade de Santa Inês, nestas quarta e quinta-feira, dias 30 e 31 de outubro, os exames de DNA, para investigação e reconhecimento de paternidade, e o reconhecimento da paternidade socioafetiva também não ficaram de fora dos casos registrados durante os dois dias da visita.
Em um dos exames de DNA realizados, por exemplo, a pequena A.B.M.S, de 3 anos, já está tão acostumada a “tirar sangue do dedinho” que achou que era mais um dia de teste de glicemia e já entrou em um dos gabinetes da Unidade Móvel com o dedinho já pronto para a coleta do sangue. “Ela é pré-diabética e, por isso, faz muito exame de sangue para controlar o açúcar. Quando vê álcool, algodão e agulha está acostumada e nem estranha mais”, revelou a mãe da menina, a estudante Larissa Santos, 18 anos. O teste de glicemia dá um resultado imediato, mas para saber o resultado do exame de DNA, a mãe da pequena sabe que terá que aguardar cerca de 60 dias para comprovar que a menina é mesmo filha do seu ex-namorado, o estudante R.M.S., de 22 anos. “Nunca perdi a esperança”, desabafou ela.
Pai de criação e coração
Enquanto a pequena vai ter que aguardar para ter o nome do seu [suposto] pai no registro, a estudante M.E.S.N., 16 anos, já tem o nome de um pai biológico em sua Certidão de Nascimento e, agora, após atuação da Defensoria, deu o primeiro passo para ter, também, o nome do seu pai de criação e coração em seus documentos: o lojista José Maurílio Jorge, 57 anos, foi até à Unidade Móvel para declarar o seu grande desejo e reconhecer a paternidade socioafetiva da menina. “Quando conheci e comecei a conviver com a mãe dela, ela tinha 1 ano e 1 mês. Era pequena, eu vi crescer e quero reconhecer como minha filha”, contou, emocionado, o lojista, com diversas fotos da infância da filha nas mãos.
“Eu só tenho a agradecer a ele por essa filha bem criada e por tudo que ele fez por ela”, concordou o pai biológico da menina, o frentista Jessé Braga do Nascimento, que também foi à Unidade Móvel. “Era o que estava faltando nos documentos dela: ter, também, este nome e sobrenome do segundo pai”, concluiu a mãe da estudante, a professora Lucidreia Ferreira da Silva, 37 anos.
A família saiu da Unidade Móvel direto para o Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais de Santa Inês para entregar o ofício expedido pela Defensoria com o reconhecimento da paternidade socioafetiva e a assinatura de todos: do pai socioafetivo, do pai biológico, da filha, da mãe e do defensor público Igor Raphael de Novaes Santos.