COMUNICAÇÃO

Santo Antônio de Jesus – Curso de Mediação e Conciliação para estagiários é promovido pela DPE

05/08/2016 17:21 | Por Dilson Ventura - estagiário

Conflitos relacionados com a área de família foram discutidos no Curso

A equipe psicossocial da 6ª Regional da Defensoria Pública do Estado da Bahia promoveu Curso de Mediação e Conciliação para os estagiários de Direito que atendem no Núcleo das Famílias. A capacitação teve como objetivos discutir sobre a mediação de conflitos no âmbito da atuação da Defensoria; identificar e caracterizar os meios alternativos na solução de conflitos; apresentar e discutir o procedimento de Mediação e Conciliação na DPE/BA em Santo Antônio de Jesus; e conhecer as etapas e compreender os fundamentos éticos e metodológicos que norteiam a prática do mediador no manejo de conflitos.

De acordo com o defensor público, Lucas Marques, da 6ª Regional, há um índice considerável de ações e resolução extrajudicial de conflitos na vara de família em que a mediação das demandas, que muitas vezes envolvem diversos conflitos interpessoais, tem como pano de fundo os conflitos intrafamiliares. "Tais conflitos constituem uma problemática complexa, associada a múltiplos aspectos, dentre os quais: ausência de planejamento familiar; dificuldades econômicas; dependência econômica e emocional; incompreensão acerca do desenvolvimento humano, bem como características individuais como intolerância às frustrações, baixa autoestima, falta de empatia, autocontrole e de habilidades sociais para lidar com as diferenças inerentes das relações humanas", disse.

Ainda segundo o defensor público, o objetivo primordial do Núcleo é fortalecer a cultura da autocomposição, potencializando a via extrajudicial como forma de resolução efetiva e eficaz de conflitos. "É preciso proporcionar um espaço democrático, em que as partes litigantes possam se ouvir, refletir, e reconstruir os vínculos", informou Lucas Marques. O curso teve o suporte técnico do psicólogo Bruno Kalil e da assistente social Daiane Barreto, analistas técnicos da 6ª Regional.

Para o psicólogo Bruno Kalil, o processo de mediação e conciliação na Defensoria Pública trata-se, muito mais do que uma iniciativa visando à redução de litígios, de uma mudança de concepção sobre o manejo de conflitos. "É importante propulsionar transformações na cultura do litígio ainda predominante em nossa sociedade, pois os meios alternativos de resolução de conflitos proporcionam aos indivíduos maior satisfação e autonomia no enfrentamento dos problemas", disse.

Segundo a assistente social Daiane Barreto, a proposta do Núcleo das Famílias se constitui antes de tudo como uma mudança de paradigma. Significa o fortalecimento do processo de desconstrução da imperiosa cultura do litígio. "É importante que a Defensoria Pública proporcione um espaço de escuta mútua, em que as partes tenham oportunidade de conversar e expor seus pontos de vista, para que possam construir juntos a solução para a demanda apresentada, a proposta de implementação do Núcleo casa perfeitamente com os ideais da instituição", declarou.