COMUNICAÇÃO
SÃO DOMINGOS – Mutirão de entrega dos exames de DNA da Unidade Móvel é realizado na cidade nesta sexta
Dos exames abertos, apenas um teve resultado positivo
O mutirão de entrega dos exames realizados durante as visitas da Unidade Móvel de Atendimento da Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA às cidades do interior continua a todo vapor. Nesta sexta-feira, 23, os defensores públicos e servidores seguiram para a cidade de São Domingos, na região sisaleira.
Dos exames abertos na cidade, apenas um deu positivo e foi o do pequeno H.A.S, de seis meses, filho da lavradora Emilly Araújo de Souza, 19 anos. “Eu tinha certeza que daria positivo. Agora, espero que ele assuma a responsabilidade dele como pai”, contou a lavradora. Ali mesmo, durante a abertura do exame e a confirmação de tinha dado positivo, ela definiu como ficará o nome do filho com a inclusão do pai no registro de nascimento. “Vou incluir o ‘da Cruz’ no sobrenome dele”, afirmou. O pai não pôde comparecer, pois está viajando a trabalho, e pediu ao tio que fosse representá-lo na abertura.
A ansiedade do lavrador Givanildo dos Santos, 41 anos, cuja sua história foi um dos destaques na época em que a Unidade Móvel esteve em São Domingos, chegou ao fim, mas o resultado não foi positivo. “Todo mundo dizia que ela parecia comigo, mas as aparências enganam. Apesar de ter dado negativo, foi bom no sentido de tirar a minha dúvida, mas foi ruim porque a menina vai continuar sem saber quem é seu pai e ela tem o direito de saber. Meu grande sonho era ter uma ‘filha mulher’, pois já tenho um menino e aí eu ia formar um casal de filhos. Meu pai está vivo, mas eu fui criado pelo meu avô e sei o quanto um pai faz falta na criação e no desenvolvimento de um filho”, lembrou o lavrador.
Nova chance
Há dois meses, quando a Unidade Móvel esteve na cidade de São Domingos, a estudante R.S.A, 17 anos, não chegou a tempo de fazer o exame do seu filho com o suposto pai. Ela achou que tinha perdido a oportunidade, mas, para sua surpresa, teve uma nova chance hoje, com o retorno da Defensoria Pública à cidade.
“Vim ao CRAS [Centro de Referência de Assistência Social] para fazer a pesagem do meu filho para o Bolsa Família e aí soube que a Defensoria estava aqui de novo”, disse a estudante. “Perdemos a chance daquela vez, mas estamos tendo uma nova agora. Que maravilha! Vocês chegaram no momento certo, pois não tínhamos dinheiro para pagar este exame e eu ia dividir com o [suposto] pai do meu neto”, comemorou a mãe da estudante, a lavradora Jucilene Pereira da Silva, 43 anos.
E foi pensando, justamente, nestes moradores que perderam a chance durante a visita da Unidade Móvel às cidades que o servidor Marcos Silva, que atua da Coordenação das Defensorias Regionais e faz a coleta dos materiais genéticos nas itinerâncias, resolveu acrescentar kits de coleta na bagagem, junto com os envelopes dos resultados. “É uma oportunidade imperdível para quem não tem condições financeiras de pagar este exame. Aproveitamos que já estávamos na cidade e realizamos a coleta”, ressaltou o servidor, que participou do mutirão em São Domingos com o coordenador da Unidade Móvel, Marcus Vinícius Lopes de Almeida, o defensor público Manuel Portela Junior e outros servidores de Salvador.