As tendências e estratégias para reverter o atual quadro de moradia em Salvador foram discutidas na última quinta-feira, 14, durante o seminário "Pensar Salvador: moradia digna", que aconteceu na Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia - UFBA, na Federação, em Salvador. O evento, que contou com a presença da defensora pública Mônica Aragão, subccoordenadora da Defensoria Especializada Cível e da Fazenda Pública, reuniu engenheiros, arquitetos e urbanistas para discutirem saídas que diminuam o déficit habitacional da capital.

Como coordenadora de uma das mesas de discussões, Aragão ressaltou a atuação da Defensoria Pública nessa área, através das "Jornadas da Habitação Digna". A defensora explicou que o projeto envolve a realização de palestras sobre usucapião e Direitos Humanos em localidades de Salvador e Região Metropolitana, onde 90% da população moram em terrenos com situação irregular.
Além disso, fornece orientações na área sobre registros públicos, realiza negociações em situações de conflitos e faz a intermediação com variados órgãos, como Polícia Militar e Conder.

De acordo com o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2000, o déficit habitacional de Salvador é de 81.429 moradias, porém, existem cerca de 90 mil imóveis desocupados.

Entre os palestrantes estavam as professoras da UFBA, Ana Fernandes e Ângela Gordilho (ex-secretária de Habitação de Salvador); representantes da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (SEDUR), Gloria Figueiredo, representando a presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Bahia (Conder), Maria del Carmen; e os deputados federais pelo PT-BA, Walter Pinheiro e Zezéu Ribeiro, presidente da Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara.

Participaram do debate membros do Movimento do Sem Teto de Salvador (MSTS), do Movimento Nacional de Luta pela Moradia - MNLM, União Nacional por Moradia Popular (UNMP), Federação das Associações de Bairros de Salvador (FABS) e da Confederação Nacional das Associações de Moradores - CONAM.