COMUNICAÇÃO

SEMINÁRIO TEMÁTICO – Combate ao racismo deve ser pautado na lógica psicossocial

14/07/2009 21:00 | Por
As ações da sociedade pautada na cor da pele mostram que o racismo racial é forte no Brasil e que o Poder Público está equivocado quando tenta combater o racismo pela lógica econômica. A avaliação foi do mestre em Comunicação Edson Cardoso, ativista do movimento negro no país, durante palestra sobre o tema "acesso à Justiça, cidadania e segurança pública", durante o Seminário Temático promovido pelo Conselho Nacional dos Defensores Públicos Gerais (Condege) e pela Associação Nacional dos Defensores Públicos Gerais (Anadep). O evento em prossegue até amanhã, 14, no Hotel da Bahia, Salvador.

Segundo Cardoso, editor do jornal Irohin, as questões psicosociais também precisam ser levadas em consideração quando se busca compensações para quem sofre discriminação. Entre as ações pautadas pela cor da pele ele citou a atuação da polícia, que sempre tem as pessoas negras como suspeitas, seja qual for a situação. " Nunca é checado se as ligações para a polícia são ou não casos de discriminação", ressaltou.

Edson Cardoso denunciou que, no Brasil, existe a hierarquização do cidadão, que ele divide em dois grupos: o C2, onde estão os com dupla cidadania, e o C-10, que é o cidadão brasileiro que não tem o direito e ir vir. " Essa hierarquização passa pela aparência física", criticou. Para ele, a defensoria Pública tem a responsabilidade de olhar esse lado da cor, porque só assim garantirá o acesso real á Justiça. Ao finalizar sua palestra, Cardoso ressaltou aos defensores e representantes da sociedade civil presentes que é preciso conviver com as diferenças, e que apenas tolerar essas diferenças em nada contribui para mudar o quadro atual de discriminação.