COMUNICAÇÃO

“Teatro de improviso” encena conflito familiar e agita sala de espera da CAJ I

19/07/2017 13:06 | Por Ingrid Carmo DRT/BA 2499

Nova edição do projeto foi realizada na manhã desta quarta-feira, 19, e atraiu a atenção dos assistidos que aguardavam atendimento

 

Imagine a situação: você está em uma sala de espera, aguardando atendimento, e, de repente, um ex-casal começa a discutir sobre a guarda compartilhada do filho, um outro casal também entra na discussão e isso chama a atenção de todos que estão ao redor. Esta cena chega muito próxima à realidade, mas, na manhã desta quarta-feira, 19, na Casa de Acesso à Justiça – CAJ I – da Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA, não passou de ficção. Foi mais uma edição do projeto “Teatro de Improviso”, encenado por estudantes do curso de Direito da Universidade Federal da Bahia – Ufba.

 

“Quando você aprender a ser pai, você volta a falar comigo e a gente conversa. Nem para vir resolver alguma coisa sobre o seu filho você consegue ser pontual”, falava, em voz alta, a jovem Yasmim Conceição. “Já que viemos aqui vou pedir um exame de DNA para saber se sou mesmo o pai desta criança. Não tenho certeza”, respondeu, também em voz alta, o estudante Murilo Vilas Boas. Até o segurança da CAJ I precisou ser chamado para conter o ex-casal. Tudo de mentira. Tudo de improviso.

 

Sem saber de nada, a vendedora ambulante Ana Paula Santos, 23 anos, se assustou com a discussão e quase entra no conflito também. “Tomei partido dela e quase brigo com ele”, revelou a vendedora.

 

Sentada em uma cadeira próxima ao ex-casal, a estudante Emyle Sena, 18 anos, também acreditou na cena. “Achei que era verdade, pois isso acontece na vida real. Todos nós acreditamos, mas não podíamos nos intrometer na discussão. Tem muitos pais que são assim, como ele interpretou. Eu mesma vim aqui para resolver sobre registro e reconhecimento de paternidade. Precisamos fazer das dificuldades pelas quais passamos a grande oportunidade de crescer e vencer na vida. Todo filho tem direito a ter um pai”, ressaltou a estudante.

 

Os quatro estudantes que interpretaram a cena fazem parte do grupo “Observatório da Pacificação Social e Mediação de Conflitos Familiares”, que acredita na mediação como solução para os conflitos. “A mediação é uma forma de resolver os conflitos e que valoriza a construção de um diálogo entre as partes e restabelece laços. Quando envolve família, envolve sentimentos e a situação fica muito mais sensível”, explicou, no final da encenação, o estudante Murilo Vilas Boas.