Nesta quinta-feira, 24, a Unidade Móvel de Atendimento da Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA atendeu em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador, e registrou mais de 380 casos durante todo o dia. A ação foi realizada no Espaço Cidadão, em Itinga, e atraiu moradores de diversos bairros do município. Além dos defensores públicos e servidores que atuam na comarca de Lauro de Freitas e também na capital, a itinerância contou com a participação dos novos defensores públicos, empossados em junho, e da ouvidora-geral da DPE/BA, Vilma Reis.

“Esta itinerância de hoje superou as nossas expectativas. Com a Unidade Móvel, estamos fazendo uma verdadeira busca ativa de levar à comunidade os serviços da Defensoria e, além disso, mostramos o direito de cada um e que existe uma Instituição pública, com serviços gratuitos e de qualidade, que tem, por obrigação constitucional, correr atrás da garantia destes direitos”, ressaltou a coordenadora executiva das Defensorias Públicas Regionais, Soraia Ramos, que participou da ação e coordenou as atividades.

Durante a itinerância, a prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho, e a delegada titular da 27ª DP, de Itinga, Elaine Laranjeiras, visitaram as dependências da Unidade Móvel e parabenizaram a Defensoria Pública pelo trabalho realizado. Além da prefeita e da delegada, representantes das associações de moradores dos bairros de Lauro de Freitas, do Centro de Referência Lélia Gonzalez, do Coletivo de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais de Lauro de Freitas – CLBGT, da Associação de Mulheres Amigas de Itinga e dos Conselhos de Idosos, Deficientes, da Mulher e de Mobilidade Urbana também marcaram presença na ação.

“Esta itinerância é uma grande vitória da sociedade civil, que já sinalizava a demanda por este atendimento na Ouvidoria Cidadã. A Defensoria Pública, através desta Unidade Móvel de Atendimento, tem a missão de chegar mais perto da população, em todos os lugares que as pessoas mais precisam. E, nós, da Ouvidoria Cidadã, estamos juntos nesta missão, pois sem ouvidoria externa não há democracia”, comemorou, ao final da itinerância, a ouvidora-geral da DPE/BA, Vilma Reis.

Responsabilidade e adoção

Fazendo jus à Ação Cidadã Sou Pai Responsável, cuja edição 2017 foi lançada pela DPE/BA há duas semanas, o jardineiro Jackson Silva, 27 anos, chegou logo cedo para realizar o exame gratuito de DNA para reconhecer a paternidade do seu suposto filho. “Todo mundo fala que parece um pouquinho comigo e eu também acho. Aí resolvi fazer o exame para ter a certeza. O coração diz que é meu filho e a razão também”, contou.

Além de pai responsável, o pintor Genival Pereira dos Santos, 55 anos, mostrou que é um avô responsável também: ele foi à Unidade Móvel com a nora, o neto já registrado e a suposta neta, que nasceu 15 dias antes do falecimento do seu filho, para realizar o exame de DNA e reconhecer que a pequena Milena, de 1 ano, é sua neta. “Ela e o irmão são a continuação do meu filho e amenizam, sem dúvida, a falta que ele faz. O vovôzão aqui chega junto em tudo, seja sentimento, seja financeiro, seja de saúde, seja lá o que for”, garantiu, enquanto brincava com os netos.

Por falar em sentimento, a professora Dinalva Paulo do Sacramento, 60 anos, que está à frente da ONG Centrevida, luta pela adoção da filha e foi em busca de atendimento na Unidade Móvel para resolver a situação. “Ela chegou na ONG com oito meses de idade, cresceu e nunca desistiu de ser minha filha legalmente. Queremos fazer a coisa do jeito certo e viemos procurar ajuda”, explicou a professora. “Além de ter o sobrenome dela, quero mudar meu nome e começar tudo do zero, uma nova história”, acrescentou a estudante Iracema Souza, 20 anos.