Apesar da chuva que caiu na manhã de hoje, 24, os cidadãos de Valença não deixaram de comparecer à conferência pública sobre o Orçamento Participativo 2019. Os valencianos lotaram o auditório do Campus XV da Universidade Estadual da Bahia – Uneb, e participaram ativamente apresentando à Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA as suas demandas.

Os principais pedidos da sociedade civil presente à conferência foram: itinerâncias para alcançar a população da zona rural e quilombola; aumento do número de defensores públicos; uma psicóloga para atendimento interdisciplinar na DPE/BA; convênio entre a Defensoria Pública da União e a Defensoria Pública do Estado para atenderem às demandas da população local, principalmente as relacionadas à Previdência Social e; educação em direitos para a juventude do município.

O defensor público decano da DPE em Valença, Carlos Vasconcelos Maia Filho, considerou que a conferência foi muito proveitosa. “Hoje foram jogadas sementes em um solo que é muito fértil e com certeza vai germinar. O pedido por mais defensores se justifica pelo crescimento de Valença, que hoje é uma comarca de entrância final. Com o advento da nossa sede própria a demanda aumentou muito. Hoje temos na comarca cinco juízes, seis promotores e apenas três defensores, sendo dois para a área criminal e um para a área cível”, disse Carlos Maia.

A quilombola e representante do Grupo Operativo da DPE/BA, Bárbara Ramos, falou que: “gostei de ver o povo, a sociedade civil participando, e não a elite somente, isso é muito bom e para a gente é um avanço, mas eu sinto que aqueles menos favorecidos não estavam aqui hoje. Aquele que não tem voz, que não tem acesso à internet, nós sabemos quem eles são e nós sentimos falta deles. É preciso também que eles tenham consciência da importância deles em espaços como esse, deixando a história de ser coitadinho para trás, e passando a ser protagonistas da história”.

A subcoordenadora da Especializada de Proteção aos Direitos Humanos, Eva Rodrigues, representou o defensor público geral, Clériston Cavalcante de Macêdo, fazendo a apresentação do Orçamento Participativo, bem como dando aos presentes, a devolutiva dos pleitos trazidos. Eva Rodrigues explicou as limitações que a Instituição enfrenta, mas também, colocou a DPE a disposição para pôr em prática o que está a seu alcance neste momento.

“O papel da Defensoria conforme cada caso, pode ser tanto no nível do ajuizamento das ações, mas também temos o trabalho extrajudicial. E nesse ponto precisamos pensar em trabalhar de uma forma em equipe, reconhecendo que a Defensoria Pública não consegue por si só resolver todos os problemas, e por isso a importância e a minha alegria de ver aqui representações de associações, de conselhos tutelares, de tantas pessoas da comunidade, porque o nosso trabalho precisa ser conjunto, porque não conseguimos dar conta de todas as demandas sozinha”, explicou Eva Rodrigues.

O defensor público Claudino Silva Santos, nascido em Valença, ficou satisfeito com a grande adesão da sociedade civil ao evento. “Conseguimos atingir o objetivo que era ouvir os anseios da população para construirmos juntos o nosso orçamento para 2019. Foi importante também trazer para eles a visão da Defensoria enquanto instituição, que é uma visão de estar ao lado do povo em todos os momentos, não só nos momentos judiciais e extrajudiciais, mas também na construção do nosso orçamento”, concluiu Claudino Santos.

Participaram da conferência representantes do CRAS, do CREAS, do Conselho Tutelar, de associações de bairro, de clubes, da Prefeitura de Valença, da Ordem dos Advogados da Bahia – OAB/BA entre outras entidades da sociedade civil.