Uma vistoria - relâmpago realizada ontem, 30 de maio, na Cadeia Pública de Canavieiras (Sul do Estado) pela Defensora Pública Elizete Reis dos Santos, acompanhada da Promotora de Justiça Leila Adriana Seijó Figueiredo e dos coordenadores da Pastoral Carcerária, Davi Pedreira e Padre Marcos Antônio Souza, revelou a situação precária do local que abriga os presos.

Segundo a Defensora, a unidade não dispõe de espaço apropriado para o banho de sol. "O local a isto destinado é guarnecido por vigas de ferro, concreto e cimento. Segundo o delegado, para evitar fugas", descreve Santos. Não há energia elétrica e a única luz que penetra na área é a solar, que escapa entre os buracos das vigas, de menos de 10cm.

Outro fator alarmante detectado foi a superlotação da cadeia: as seis celas, conforme relata a Defensora, têm capacidade para quatro pessoas cada uma, apesar de abrigar atualmente 8 a 9 presos. "Isto obriga eles a dormirem com cabeça no local onde fazem necessidades fisiológicas. A situação é precária, não são respeitados os direitos". Além disso, os presos fizeram denúncias de tortura e espancamento, as quais estão sendo apuradas.

INTIMIDAÇÃO E PROVIDÊNCIAS - Assim que chegaram à cadeia ontem, por volta das 14h30, o Delegado da unidade, Marcos Diógenes Lopes Maia, tentou impedir a entrada da Defensora Pública Elizete Reis dos Santos, numa total demonstração de desconhecimento e desrespeito. Os membros da Pastoral Carcerária também foram intimidados.